Principais medicações utilizadas na Parada Cardiorrespiratória (PCR)

Principais medicações utilizadas na Parada Cardiorrespiratória (PCR)

Atualizado em 10/05/2023 às 11:30

O carro de emergência é uma estrutura móvel constituída por gavetas providas com materiais, medicamentos e equipamentos necessários para o atendimento do cliente em situações de urgências ou emergências médicas. É importante salientar que as drogas vasoativas são de suma importância para o sucesso na RCP, mas, para que o paciente não tenha uma nova PCR, é preciso reverter a causa da PCR.

Em alguns setores esse carro de emergência pode ser chamado de carro de Parada Cardiorrespiratória, se a finalidade dele for específica para isso.

Alguns hospitais pode colocar este carrinho em setores como, emergência, UTI, centro cirúrgico, pequena cirurgia, setor amarelo, setor vermelho. É importante observar que cada hospital tem uma rotina própria.

Qual é o objetivo de padronizar e manter organizado o carro de emergência?

  • Para padronizar os medicamentos, materiais e equipamentos constituintes do carro de emergência;
  • Para padronizar rotinas de organização, checagem, testagem e limpeza do carro de emergência e de seus componentes acessórios (desfibrilador, laringoscópios e outros);
  • Para definir responsabilidades;
  • Para oferecer assistência segura, eficiente e de qualidade aos clientes atendidos

Quando usamos o carro de emergência ou Parada Cardiorrespiratória?

Clientes hospitalizados ou ambulatoriais que necessitem de atendimento emergencial, tais como: parada cardiorrespiratória; comprometimento nas vias aéreas/ventilação; instabilidade hemodinâmica progressiva; choque; hemorragia intensa, erupções cutâneas com comprometimento de vias aéreas, perda súbita do nível de consciência; convulsões; entre outras situações de emergência.

Quais as responsabilidades de cada profissional?

A Equipe deve ser Multiprofissional e cada todos os membros da equipe:
Conhecer o conteúdo e a disposição de materiais e de medicamentos contidos no carro de emergência;
Realizar educação permanente junto a equipe;
Fazer notificação de qualquer evento adverso ou near miss (quase erro) no Vigihosp (Aplicativo de
Vigilância em Saúde e Gestão de Riscos Assistenciais Hospitalares).

Responsabilidades do Médico
Prescrever os medicamentos utilizados no atendimento, para a reposição do carro de emergência. Coordenar a equipe para melhor atendimento ao paciente.

Responsabilidades Enfermeiro
Organizar o carro de emergência e seus componentes acessórios;
Elaborar escala de serviço para limpeza do carro de emergência e de seus componentes acessórios;
Monitorar o cumprimento das atividades pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, conforme escala de serviço;
Realizar a testagem funcional do laringoscópio e do desfibrilador;
Conferir os lacres do carro de emergência (conferência diária dos medicamentos e dos materiais);
Listar, quantificar e repor os medicamentos e materiais do carro de emergência que foram utilizados;
Controlar periodicamente os materiais contidos no carro quanto a sua presença, quantidade e validade.

Responsabilidades Técnico/Auxiliar de Enfermagem
Realizar a limpeza do carro de emergência e do desfibrilador (monitor, cabos e acessórios), conforme escala de serviço e/ou após o atendimento emergencial;
Auxiliar o enfermeiro na organização do carro de emergência.

Responsabilidades Farmacêutico/ Técnico em Farmácia
Dispensar os medicamentos padronizados para reposição do carro, mediante prescrição;
Controlar periodicamente os medicamentos contidos no carro de emergência quanto a sua presença, quantidade, características físicas e validade.
Escriturário Hospitalar
Providenciar os medicamentos utilizados no atendimento emergencial, junto a Unidade de Farmácia.
Responsável Técnico/Chefe de Unidade
Supervisionar o cumprimento do protocolo;
Propor educação permanente, se identificado qualquer fator contribuinte ao erro ou ao evento adverso.

Como é dividido o Carro de Emergência?

O carro de emergência deverá constituir-se de um armário móvel com gavetas suficientes para a guarda de medicamentos, materiais e de equipamentos a serem utilizados em situações de emergência e de urgência. 

A composição do carro de emergência quanto a estrutura e componentes deverá seguir a seguinte sequência:

Base superior: desfibrilador; caixa com os laringoscópios; caixa com materiais de intubação (opcional); impressos de controles;
Lateral: Tábua de compressão, suporte de soro e cilindro de oxigênio;
Gavetas Superiores e Inferiores:
– Medicamentos (Medicações) (1º Gaveta) (tarja vermelha)
– Materiais para o acesso intravascular (Circulação) (2º Gaveta) (tarja amarela)
– Materiais para suporte ventilatório (Vias Aéreas) (3º Gaveta)(tarja verde)
– Materiais para cateterismos vesical e gástrico (Complementares) (4º Gaveta)(tarja azul)
– Soluções e outros (tarja azul)

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

A Quantidade de gavetas que o carro de emergência contém depende do fabricante. Há carros de 4, 5 ou 6 gavetas. A equipe de enfermagem pode definir como ficará melhor a divisão e organização dos materiais do carro, porém, é importante observar que o padrão da organização dos materiais e das medicações do carinho é de acordo com o exemplo no item anterior, mas pode haver pequenas variações na organização, vai depender da rotina de cada hospital.

Onde devo colocar o carro de emergência?

  • O carro de emergência equipado deverá estar posicionado em local estratégico e de fácil acesso e mobilidade;
  • A quantidade de carro de emergência por unidade variará de acordo com o número e nível de complexidade dos clientes assistidos e da estrutura física do local;
  • As gavetas do carro de emergência deverão estar identificadas com tarjas de cores padronizadas, com a descrição de suas respectivas composições;
  • O carro de emergência que não estiver em uso deverá permanecer lacrado/fechado. A retirada do lacre deverá ocorrer mediante situações de atendimento às urgências e emergências clínicas, ou quando conferência e/ou auditoria; (algumas setores do hospital pode ter carro de emergência que não são obrigatoriamente lacrados);
  • As composições dos materiais e dos medicamentos do carro de emergência – seguindo as recomendações da Diretriz de Apoio e Suporte Avançado de Vida em Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e adequada a realidade institucional e ao perfil da clientela assistida – serão classificados em três (3) categorias: BLOCO ADULTO; BLOCO PEDIÁTRICO (neonatal e pediátrico) e BLOCO AMBULATORIAL (APÊNDICES A/B/C);
  • As rotinas para organização, checagem e limpeza do carro de emergência e de seus componentes acessórios se dará em duas distintas situações: 1- Rotina de Conferência e Testagem do Carro de Emergência e 2- Rotina de Reorganização do Carro de Emergência Utilizado.

1 – Rotina de Conferência e Testagem do Carro de Emergência

O carro de emergência e seus componentes acessórios deverão ser checados periodicamente quanto à sua integridade/funcionamento:

BLOCO ADULTO 

Exemplos de Medicamentos que podem ser utilizados

Medicamentos e Quantidade:
Adenosina 6mg/2mL 05 ampolas
Água destilada 10mL 10 ampolas
Amiodarona, cloridrato 150mg/3mL 05 ampolas
Atropina, sulfato 0,25mg/1mL 12 ampolas
Diazepan 10mg/2mL 05 ampolas
Dobutamina, cloridrato 250mg/20mL 02 ampolas
Dopamina, cloridrato 50mg/10mL 05 ampolas
Epinefrina 1mg/mL (Adrenalina) 20 ampolas
Etomidato, 2mg /1mL 02 ampolas
Fenitoína sódica 5% 250mg/5mL 05 ampolas
Fenobarbital sódico 200mg/2mL 02 ampolas
Fentanila, citrato 0,05mg/mL 20 mL 02 frascos
Flumazenil 0,5mg/5mL 02 ampolas
Furosemida 20mg/2mL 08 ampolas
Glicose Hipertônica 50% 10mL 10 ampolas
Gluconato de Cálcio 10% 0,5mEq/mL 10mL 02 ampolas
Hidrocortisona, succinato 100mg 03 frascos
Hidrocortisona, succinato 500mg 02 frascos
Isossorbida, dinitrato 5mg (Sublingual) 02 comprimidos
Lidocaína, cloridrato 2% sem vaso 20mg/mL 20mL 03 frascos
Magnésio, sulfato 10% 1,81mEq/mL 02 ampolas
Metilpredinisolona, succinato Sódico 125mg 02 frascos
Metilpredinisolona, succinato Sódico 500mg 01 frasco
Metoprolol, tartarato 5mg/5mL 02 ampolas
Midazolan, cloridrato 15mg/3mL 02ampolas
Nitroglicerina 50mg/10mL 02 ampolas
Nitroprusseto de sódio 25mg/2mL 02 ampolas
Naloxona, cloridrato 0,4mg/mL 02 ampolas
Norepinefrina, hemitartarato 8mg/4ml (Noradrenalina) 08 ampolas
Succinilcolina, cloridrato 500mg 02 frascos
Terbutalina, sulfato 0,5mg/mL 03 ampolas
Verapamil, cloridrato 5mg/2mL 02 ampolas

Carro de emergência da Hemodinâmica, acrescentar:
Medicamento Quantidade
Clopidogrel 75mg 08 comprimidos
Protamina, cloridrato 1000UI 02 ampolas
Ticagrelor 90mg 02 comprimidos
Tirofibana, cloridrato 0,25 mg/dL- 50 mL 02 frascos

Carro de emergência da Ginecologia e Obstetrícia, acrescentar:
Medicamento Quantidade
Hidralazina 20 mg/mL 04 ampolas
Magnésio, sulfato 50% 4,1mEq/mL 04 ampolas
Metilergometrina, maleato 0,2 mg/mL 04 ampolas
Ocitocina 5 UI/mL 16 ampolas

Exemplos de Materiais que podem ser utilizados

Gaveta – Circulação
Cateter intravenoso periférico flexível nº 14 / 16 / 18 / 20 / 22 02 unidades cada
Cateter intravenoso periférico rígido (Scalp) n°19 / 21 01 unidade cada
Agulha 13×4,5 02 unidades
Agulha 25×7 ou 25×8 10 unidades
Agulha 40×12 10 unidades
Seringa 1 mL e 3 mL 02 unidades cada
Seringa 5 mL/ 10 mL / 20 mL 05 unidades cada
Equipo fotoprotetor BIC 02 unidades
Equipo macrogotas 04 unidades
Equipo parenteral BIC 04 unidades
Extensor 02 unidades
Multivias 01 unidade
Torneira de três vias (three ways) 04 unidades
Fio nylon 3-0 01 unidade
Fio de sutura algodão 0.2 01 unidade
Fio de sutura polipropileno 0.0 01 unidade
Lâmina de bisturi nº 11 / 21 01 unidade cada
Eletrodo 10 unidades
Gel condutor 01 unidade
Gaveta – Vias Aéreas
Luva estéril 6,5 / 7,0 / 7,5 / 8,0 / 8,5 01 par de cada
Cânula orofaríngea (guedel) n° 4 e 5 01 unidade cada
Cânula Endotraqueal nº 7,0 / 7,5 / 8,0 / 8,5 / 9,0 02 unidades cada
Cânula de traqueostomia nº 7,0 / 8,5 01 unidade cada
Cadarço 02 unidades
Fio guia 02 unidades
Cateter de aspiração n°12 ou n°14 02 unidades
Cateter de aspiração com bico rígido (PSA) 02 unidades
Reanimador manual com máscara (AMBU) 02 unidades
Umidificador 02 unidades
Máscara de oxigênio (nebulização contínua) 02 unidades
Gaveta – Materiais Complementares
Cateter gástrico n°18 01 unidade
Cateter gástrico n°20 01 unidade
Extensões de silicone 03 unidades
Cateter urinário foley n°14 / 16 / 18 01 unidade cada
Lidocaína gel 01 unidade
Coletor de urina sistema aberto 02 unidades
Coletor de urina sistema fechado 02 unidades
Esparadrapo (opcional) 01 unidade
Álcool 70% (opcional) 100 mL
Luvas de procedimento (opcional) 05 pares
Algodão (opcional)
Gaveta – Soluções
Soro Fisiológico 0,9% 500 mL 5 frascos
Bicabornato de Sódio 8,4% 250mL 01frasco

REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. 2017, 201p.
2. BRUNA, C. Q. M., SOUZA, R. Q., ALMEIDA, A. G. C. S et al. Processamento de cabos de laringoscópio: revisão integrativa. São Paulo: Rev. Sobecc., v. 21, n. 1, p. 37-40, 2016.
3. INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS (IPSEMG). Procedimento operacional padrão: Conferir a validade dos medicamentos e dispensar medicamentos e materiais médicos para reposição do carrinho de emergência, versão 1.1, Belo Horizonte- MG, 2016.
4. EBSERH. Ministério da Educação POP: Prescrição Verbal– SVS-SP. Hospital de Clínicas da UFTM. p.01-12. EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Uberaba- MG, 2015.
5. FILHO, C. M. C.; SANTOS, E. S., SILVA, R. C. G.; NOGUEIRA, L.S. Fatores que comprometem a qualidade da ressuscitação cardiopulmonar em unidades de internação: percepção do enfermeiro. São Paulo. Rev Esc Enferm USP., v. 49 n. 6, p. 908-14, 2015.
6. STACCIARINI, T.S. G.; CUNHA, M.H. Procedimentos operacionais padrão em enfermagem. Atheneu: São Paulo, 2014, 442p.
7. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO (COREN). Parecer COREN-SP Ementa: Carro de emergência: composição, responsabilidade pela montagem, conferência e reposição. COREN, São Paulo, 2013.
8. DA SILVA, H. C.; DA SILVA A. K. M.; DANTAS R. A. N.; PESSOA R. L.; MENEZES, R. M. P. Carros de emergência: disponibilidade dos itens essenciais em um hospital de urgência norte-rio-grandense. Rev Enfermeria Global., n. 12, v. 31, p. 187-93, 2013.
9. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Abordagem de Vigilância Sanitária de Produtos para Saúde Comercializados no Brasil: Desfibrilador Externo BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, n. 01, Brasília, 2011.
10. BRASIL, Ministério da Saúde. Organização do material de emergência nos serviços de unidades de saúde. Orientação da direção geral de saúde, n. 8, p. 1-11, Brasília, 2011.
11. PASTI, M. J.; VENDRUSCOLO, A. C. S. Carro de emergência: ferramenta para qualidade assistencial segura para qualidade assistencial segura em parada cardiorrespiratória. Revista Qualidade HC, n. 2, v. 32, p.25-34, Ribeirão Preto, 2011.
12. PONTES, V. O.; FREIRE, I. L. S.; MENDONÇA, A.; E.; O.; SANTANA, S.I.S.; TORRES, G.V.; Atualização bibliográfica sobre protocolos para instituição dos carros de emergência. FIEP BULLETIN., v. 80, n. 2, Natal/RN.

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