Reemergência da Mpox no Brasil: Ameaça Persistente e Medidas de Contenção

Reemergência da Mpox no Brasil: Ameaça Persistente e Medidas de Contenção

A Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, voltou a ser uma preocupação significativa no cenário de saúde pública do Brasil e do mundo. Desde o início do surto em 2022, mais de 90 mil casos foram registrados em 113 países, com 527 mortes confirmadas até 10 de agosto de 2024. O Brasil figura entre as nações mais afetadas, com um total de 11.245 casos confirmados até a mesma data, segundo o Ministério da Saúde.

Panorama Internacional e Nacional

Em 2022, o Reino Unido relatou o primeiro caso de Mpox em um país não endêmico, desencadeando um alerta global emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio daquele ano. Em resposta à disseminação rápida e descontrolada do vírus, a OMS declarou uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC), status que permaneceu até maio de 2023.

No Brasil, a região Sudeste lidera em número de casos, especialmente o estado de São Paulo, que sozinho registrou 4.813 casos distribuídos em 28 Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVEs), com 68% dos casos concentrados na capital. A situação no país levou à reativação do Centro de Operações de Emergências (COE) Mpox em 14 de agosto de 2024, pelo Ministério da Saúde, reforçando as medidas de vigilância e contenção da doença .

Grupos de Risco e Transmissão

A transmissão da Mpox ocorre predominantemente através de contato físico próximo com indivíduos sintomáticos, sendo a transmissão sexual a principal via nos países recentemente afetados. O surto no Brasil tem mostrado uma prevalência maior entre homens que fazem sexo com homens, muitos dos quais estão envolvidos em redes sexuais amplas. A subnotificação de casos é uma preocupação constante, devido ao reconhecimento clínico limitado e à restrita disponibilidade de diagnósticos .

Desafios e Medidas de Controle

A OMS emitiu recentemente um novo alerta epidemiológico para a variante do Clado I do vírus, predominante na África, que está associada à transmissão sustentada e à ocorrência de casos em faixas etárias variadas, incluindo crianças. Este cenário elevou o alerta global e destacou a necessidade de uma vigilância reforçada e de uma resposta internacional coordenada.

No Brasil, a imunização tem sido uma das principais estratégias de controle. Em 2023, o município de São Paulo iniciou a vacinação com a vacina MVA-BN Jynneos, priorizando grupos de risco como pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) com baixa contagem de linfócitos T CD4, além de profissionais de laboratório.

Conclusão e Perspectivas

Apesar da redução significativa dos casos em 2023, a recente reativação do COE Mpox e o alerta global para a variante do Clado I indicam que a Mpox ainda representa uma ameaça à saúde pública. A colaboração internacional e a continuidade das campanhas de vacinação e conscientização são cruciais para mitigar a disseminação do vírus e proteger os grupos mais vulneráveis.

A comunidade científica e as autoridades de saúde permanecem vigilantes, e o público é incentivado a se manter informado e a seguir as orientações oficiais para prevenir novos surtos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *