O que você acha de falarmos sobre a vida?

O que você acha de falarmos sobre a vida?

Atualizado em 06/03/2023 às 09:06

Vem ai o Setembro Amarelo, uma campanha que ocorre em todo território brasileiro e com ele a necessidade da prevenção do suicídio.

A ideia é promover eventos que abram espaços para debates sobre suicídio, além de divulgar o tema e alertar a população sobre a importância da discussão. Diante disso, o Núcleo de Políticas Públicas do MPPB e a Promotoria de Justiça de Defesa de Defesa da Saúde de João Pessoa vão lançar, oficialmente, a campanha com o tema “Vamos falar da Vida”.

O procurador de Justiça, Valberto Cosme de Lira, coordenador do Núcleo de Políticas Públicas do MPPB, explicou que os dados do Ministério da Saúde revelam um número assustador de suicídios que registra um suicídio a cada 34 horas.

Isso nos alertou e, por iniciativa da promotora Jovana Tabosa, entendemos por bem atuar em duas frentes: na adesão à campanha de conscientização e na criação de um fórum interinstitucional e intersetorial para pensar ações e projetos de esclarecimento e prevenção ao suicídio”, disse o procurador.

O fenômeno do suicídio é uma questão de saúde pública e as ações ministeriais devem se voltar à sua prevenção e posvenção, também”. Os tabus que envolvem essas questões precisam ser quebradas e efetivando ações que durem o ano todo e não somente no setembro amarelo’ afirmou a 2ª promotora de Justiça da Saúde, Jovana Maria Silva Tabosa.

O LANÇAMENTO DA CAMPANHA

O evento ocorrerá na próxima terça feira (28), às 13h30, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, no Centro da Capital, que será aberto ao público e  contará com a participação de representantes do MPPB e dos órgãos parceiros (Tribunal de Justiça da Paraíba, Ministério Público Federal, secretarias de Saúde do Município de João Pessoa e do Estado da Paraíba, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Psicologia e Corpo de Bombeiros), que já integram o grupo de trabalho sobre o suicídio, instalado no âmbito do Núcleo de Políticas Públicas. Está programado um painel com os médicos Alfredo Minervino, vice-Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, e José Brasileiro Dourado Júnior, presidente da Associação Paraibana de Psiquiatria; Andressa Coutinho, procuradora do Trabalho; André Fagundes, coordenador do Centro de Valorização da Vida (CVV-JP). Logo em seguida, se realizará debates sobre o assunto.

O QUE POSSO FAZER PARA AJUDAR QUEM PENSA EM SUICÍDIO?

Pode ser que, em algum momento de nossas vidas, desconfiemos de que alguém próximo está pensando em suicidar-se em decorrência de um grande sofrimento. Diante dessa situação, o sentimento de impotência pode se fazer presente, fazendo-nos acreditar que não há como intervir, uma vez que a pessoa parece já ter decidido encerrar a própria vida. Entretanto, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa.
Se há uma desconfiança, é importante que se converse diretamente com a pessoa que está sofrendo. Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Procurar saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente.

Essa conversa pode obter melhores resultados se for feita em um lugar tranquilo, sem pressa, respeitando o tempo da pessoa para se abrir. Caso a pessoa se sinta à vontade para compartilhar o seu sofrimento, não é indicado: rechaçar (“Credo, isso é pecado!”), esboçar expressões de choque (“Não acredito que você tá pensando nisso!”) e reprimir, caso o choro venha (“Pra que chorar? Você sempre teve tudo do bom e do melhor!”).

A escuta ativa deve sempre estar presente nesses diálogos. Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo. Isso não significa, no entanto, deixar a pessoa falando sozinha. Algumas pontuações que podem ser feitas consistem em: fazer perguntas abertas; fazer um breve resumo do que a pessoa falou, de tempos em tempos, para que ela saiba que você está atento ao que ela diz; retornar a algum ponto que não tenha ficado claro e tentar, ao máximo, escutá-la sem julgamentos.

Oferecer suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes. Se a pessoa falar claramente sobre os seus planos de se matar e parece estar decidida quanto a isso, é primordial que ela não seja deixada sozinha. Podem ser contatados os serviços de saúde mental e familiares/amigos da pessoa. Pode ser necessário que ela fique em um ambiente seguro, sendo auxiliada por um profissional.

Se você perceber que a pessoa não se sente à vontade para se abrir, deixe claro que você estará disponível para conversar em outras oportunidades. Você também pode indicar os serviços oferecidos pelo CVV, disponível em www.cvv.org.br, que trabalha para promover o bem estar das pessoas e prevenir o suicídio, em total sigilo, 24h por dia.

Fonte: CVV

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