Emergências Psiquiátricas em APH

Emergências Psiquiátricas em APH

As emergências psiquiátricas são situações em que o paciente apresenta comportamentos ou sintomas mentais agudos que representam risco iminente para si mesmo ou para os outros. Essas situações requerem uma intervenção rápida e cuidadosa para garantir a segurança e o bem-estar do paciente e das pessoas ao redor. Conheceremos os tópicos deste curso online.

Este tópico aborda as principais emergências psiquiátricas encontradas no contexto pré-hospitalar, como agitação psicomotora, tentativas de suicídio, surtos psicóticos, e crises de pânico, além dos protocolos de atendimento, técnicas de comunicação e contenção, e o manejo adequado para estabilizar o paciente até que o atendimento especializado possa ser oferecido.

Conteúdos Abordados:

  • Reconhecimento de Emergências Psiquiátricas:
  • Sinais e Sintomas Comuns:
    • Identificação de comportamentos e sintomas sugestivos de emergência psiquiátrica, como agitação psicomotora, agressividade, alucinações, delírios, comportamento suicida, desorientação, paranoia, e ansiedade extrema.
    • Importância da avaliação rápida para determinar a gravidade da condição e a necessidade de intervenção imediata.
  • Agitação Psicomotora e Comportamento Agressivo:
  • Definição e Causas de Agitação Psicomotora:
    • Explicação da agitação psicomotora como um estado de hiperatividade motora e excitação mental, frequentemente acompanhado de impulsividade e agressividade.
    • Principais causas: Transtornos psiquiátricos (esquizofrenia, transtorno bipolar), intoxicações por substâncias (álcool, drogas ilícitas), delirium, abstinência, transtornos neurológicos.
  • Protocolo de Atendimento para Agitação Psicomotora:
    • Técnicas de Comunicação: Abordagem calma, empática e não ameaçadora. Utilização de linguagem clara, respeitosa e orientada para reduzir a ansiedade e a agressividade.
    • Desescalada Verbal: Estratégias para acalmar o paciente, como validação de sentimentos, escuta ativa, evitação de confrontos diretos, e oferecimento de alternativas seguras.
    • Conteção Física e Química:
    • Indicações para contenção física: Somente como último recurso, quando o paciente representa um risco imediato para si mesmo ou para outros.
    • Técnicas adequadas de contenção física: Utilização de algemas de contenção suave e técnicas de imobilização seguras, minimizando o risco de lesões.
    • Administração de sedativos ou antipsicóticos (como midazolam, haloperidol, olanzapina) para controlar a agitação grave, seguindo protocolos específicos.
  • Cuidados Durante o Transporte: Monitoramento contínuo dos sinais vitais e estado mental do paciente, garantindo a segurança de todos durante o transporte.
  • Tentativas de Suicídio:
  • Reconhecimento de Comportamento Suicida:
    • Identificação de sinais de risco de suicídio: Fala sobre querer morrer ou se machucar, histórico de tentativas de suicídio, sentimentos de desesperança, retraimento social, comportamentos autodestrutivos.
    • Avaliação do plano suicida: Perguntas diretas sobre pensamentos suicidas, planos específicos, meios disponíveis e histórico de tentativas anteriores.
  • Protocolo de Atendimento para Tentativas de Suicídio:
    • Intervenção Imediata: Assegurar a segurança da cena e do paciente, removendo quaisquer meios de autoagressão (armas, medicamentos, substâncias tóxicas).
    • Acompanhamento Contínuo: Nunca deixar o paciente sozinho; manter um monitoramento constante e oferecer suporte emocional.
    • Estabilização Física: Atendimento de lesões físicas resultantes de tentativas de suicídio (como cortes, envenenamento, overdose) e manejo conforme os protocolos específicos para cada tipo de lesão.
    • Encaminhamento para o Hospital: Garantir o transporte seguro e imediato para o hospital, preferencialmente para uma unidade com capacidade de atendimento psiquiátrico.
  • Surtos Psicóticos:
  • Definição e Características de Surtos Psicóticos:
    • Explicação dos surtos psicóticos como episódios de perda de contato com a realidade, caracterizados por alucinações, delírios, pensamentos desorganizados e comportamento incoerente.
    • Principais causas: Transtornos psicóticos primários (esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo), transtornos de humor com características psicóticas, intoxicações, abstinências e doenças neurológicas.
  • Protocolo de Atendimento para Surtos Psicóticos:
    • Comunicação com o Paciente: Utilização de técnicas de comunicação não confrontativas, buscando orientar e tranquilizar o paciente, evitando discussão sobre delírios ou alucinações.
    • Avaliação de Risco: Determinação do nível de risco para o paciente e para os outros (comportamento agressivo, risco de autoagressão, negligência com os cuidados básicos).
    • Intervenção Farmacológica: Administração de antipsicóticos (como haloperidol ou risperidona) ou benzodiazepínicos (como lorazepam) para controle de sintomas agudos, conforme protocolos clínicos.
    • Preparação para Transporte Seguro: Contenção, se necessário, e monitoramento contínuo durante o transporte ao hospital.
  • Crises de Pânico e Ansiedade:
  • Definição e Características das Crises de Pânico:
    • Explicação das crises de pânico como episódios de ansiedade intensa e súbita, acompanhados de sintomas físicos como taquicardia, dispneia, tremores, sudorese, tontura e sensação de morte iminente.
    • Principais fatores desencadeantes: Transtornos de ansiedade, estresse agudo, consumo de substâncias estimulantes.
  • Protocolo de Atendimento para Crises de Pânico:
    • Comunicação Acalmadora: Uso de técnicas verbais para tranquilizar o paciente, explicar que os sintomas não são fatais e que a crise passará.
    • Técnicas de Respiração: Orientação sobre respiração profunda e controlada para reduzir a hiperventilação e os sintomas físicos de ansiedade.
    • Administração de Medicamentos: Utilização de ansiolíticos de ação rápida (como benzodiazepínicos, por exemplo, diazepam ou lorazepam) para controle de sintomas intensos, conforme necessário.
    • Monitoramento e Avaliação: Avaliação contínua do estado emocional e dos sinais vitais; preparação para o transporte seguro, se a crise não resolver com técnicas iniciais.
  • Protocolos de Segurança e Comunicação em Emergências Psiquiátricas:
  • Segurança da Cena e da Equipe:
    • Garantir a segurança da equipe de atendimento, do paciente e de terceiros; utilizar apoio de forças de segurança pública, quando necessário.
    • Treinamento em técnicas de abordagem e contenção seguras para emergências psiquiátricas.
  • Comunicação Eficaz com o Paciente e Família:
    • Técnicas de comunicação empática e assertiva com o paciente e familiares para reduzir a tensão e facilitar a colaboração.
    • Fornecimento de informações claras sobre o processo de atendimento e os próximos passos.
  • Coordenação com o Hospital Receptor:
    • Comunicação antecipada com o hospital receptor, detalhando a condição do paciente, intervenções realizadas, riscos potenciais e necessidade de apoio especializado.

Benefícios Esperados com o Tópico:

Ao final deste tópico, os participantes deverão ser capazes de:

  • Reconhecer rapidamente os sinais e sintomas de emergências psiquiátricas, como agitação psicomotora, surtos psicóticos, tentativas de suicídio e crises de pânico.
  • Aplicar protocolos de atendimento apropriados para estabilizar pacientes em situações de emergência psiquiátrica, incluindo técnicas de comunicação, desescalada verbal, contenção e administração de medicamentos.
  • Garantir a segurança de todos os envolvidos durante o atendimento pré-hospitalar de emergências psiquiátricas.
  • Preparar adequadamente o paciente para o transporte seguro e coordenar de forma eficaz com o hospital receptor para garantir a continuidade do cuidado.
  • Adotar uma abordagem empática e profissional, respeitando os direitos e a dignidade dos pacientes com transtornos mentais.

Este tópico é essencial para capacitar os profissionais de saúde a responderem com rapidez, segurança e sensibilidade em situações de emergências psiquiátricas, protegendo o paciente e a comunidade ao redor.

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