A Síndrome de Burnout é Considerada a Síndrome da enfermagem

A Síndrome de Burnout é considerada a Síndrome da enfermagem

Atualizado em 26/04/2023 às 04:04

O estudo realizado por Sara Rocha da Silva, concluiu que a Síndrome de Burnout pode estar presente na enfermagem.

Síndrome de Burnout: a síndrome da enfermagem

Alguma vez você já ouviu falar na síndrome de Burnout? Entenda porque ela é considerada a síndrome da enfermagem? Enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem são afetados por esta síndrome.

A expressão Burnout, vem de origem inglesa e significa: aquilo que deixa de funcionar por exaustão de energia. O conceito Burnout ficou conhecido a partir de 1974 através de Freudenberger, que era psiquiatra que trabalhava com dependentes tóxicos em Nova Iorque. Ele observou que alguns voluntários apresentaram uma progressiva perda de energia até chegar ao esgotamento e com sintomas de ansiedade e depressão.

Uma síndrome psicológica que se desenvolve devido à presença crônica de estresse relacionado ao trabalho. Ela se desenvolve com mais frequência em profissões em que o contato e a relação pessoal estão presentes, sendo predominante nos profissionais na área da enfermagem, classificada como a quarta ocupação que tem a maior taxa de esgotamento no domínio publico.

Estudos demonstram que essa síndrome afeta esses profissionais em diferentes partes do mundo e em diversas áreas de trabalho, levando eles a desenvolverem sentimentos de frustração, frieza e indiferença em relação às necessidades do paciente.

Foi realizado um estudo num hospital brasileiro com 52 voluntários da área da enfermagem e foi constatado que;

-48% desses profissionais trabalham em mais de um emprego.

-46% deles pensavam em abandonar a profissão.

-25% desses profissionais sentiam-se emocionalmente exaustos e 25% afirmaram estarem totalmente insatisfeitos com o ambiente físico de trabalho.

Muitos desses profissionais possuem uma carga horária de trabalho superior ao contratado, o que pode refletir na vida pessoal, fazendo com que esse profissional se afaste só convívio familiar, o que influencia na qualidade de vida e afete a sua saúde.

A falta de reconhecimento profissional; longas horas de trabalho; número insuficiente de profissionais; o desgaste provocado pelo contato constante com os pacientes; o sofrimento e a morte; falta de apoio e motivação; pacientes estressados e outros fatores mais, contribuem para que esse profissional venha a desencadear a Síndrome de Burnout.

Oferecer um ambiente de trabalho que forneça qualidade de vida aos profissionais da enfermagem seria uma das estratégias elaboradas afim de evitar a síndrome de Burnout. A qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangente que inclui aspectos de bem-estar, saúde, segurança física, mental e social e capacitação para realizar suas tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal. Também é muito importante prevenir o excesso de horas extras.

Adotar algumas medidas para adotar uma melhor qualidade de vida, ajudará na criação de intervenções que contribuem e auxiliam na reabilitação (uma vez que seu tratamento consiste em psicoterapia, tratamento farmacológico e as intervenções psicossociais, dependendo da gravidade de cada caso desse profissional), tanto consigo mesmo, quanto com seu ambiente de trabalho.

Vale ressaltar também que um ambiente de trabalho comunicativo, prazeroso e focado nas relações interpessoais de todos os funcionários, almeja reduzir os riscos de estresse já existente no cotidiano desse profissional.

A Síndrome de Burnout em profissionais da enfermagem pode causar acidentes de trabalho

Um estudo realizado por Sara Rocha da Silva concluiu que essa síndrome pode estar presente em diversas profissões, no entanto, existe uma possibilidade maior em pessoas que lidam com sofrimento, medos, angústias e que estão diretamente ligados à essas condições. Portanto, essa síndrome está mais presentes nos profissionais de enfermagem.

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