A morte de duas enfermeiras da origem a Febre de

Um novo surto de doenças causadas por falta de higienização vem se alastrando na Nigéria e fazendo vítimas em todo seu continente. 

Os países como guine, Libéria, Serra Leoa e a própria Nigéria totalizando um total de 300 a 500 mil pessoas infectadas e estimando a 5 mil mortes por ano.

A febre hemorrágica ou Febre de Lassa como está sendo conhecida, foi reconhecida pela primeira vez em 1969 em Lassa, onde recebeu seu nome, quando ocorreu a morte de duas enfermeiras com suspeitas de estrem infectadas por cuidarem de um paciente infectado. A Lassa é contagiosa e infecciosa que atinge vários órgãos humanos, lesiona vasos sanguíneos, causa surdez, sendo transmitida ao homem através do contato com a urina, fezes e salivas de roedores, em especial o rato que podem portar o vírus por toda a vida. 

Seus perigos são tais que até mesmo dois pesquisadores que o estudaram foram vítimas. Um morreu, o outro ficou gravemente doente e depois se recuperou. Até que o vírus seja melhor compreendido e seja desenvolvida uma vacina para vítimas em potencial, ela continua sendo uma ameaça em potencial não apenas na Nigéria, mas em lugares para os quais ela pode ser transmitida.

Pode haver infecção também por via oral ou respiratória na atividades de limpeza como varrer o chão. Esse contágio também é comum no ambiente hospitalar, podendo se espalhar em equipamentos médicos contaminados, incluindo agulhas reutilizadas. Há indícios ainda de que o contágio também seja propagado sexualmente.

A Febre de Lassa apresenta também outros sintomas como:

Dor muscular, dor de garganta, diarreia com sangue

Náuseas, vômitos com sangue, dor torácica e abdominal

Hepatite, hipertensão, taquicardia, tosse, faringite,

Com o avançar a doença, surgem também: encefalite, meningite, choque, hemorragia, convulsões.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registra desde o início do ano 317 casos de pessoas infectadas contra 143 casos no ano passado inteiro. Ela pode acometer pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. O vírus de RNA afeta os glóbulos brancos, células apresentadoras de antígeno (APC) e células endoteliais (que recobrem a parte interna de vasos sanguíneos), de onde vem à hemorragia.

ALGUNS RISCOS DE CONTAMINAÇÃO

Residir ou viajar para regiões com incidência de casos da doença;

Entrar em contato com a urina, fezes, saliva ou sangue de roedores;

Compartilhar agulhas com pessoas infectadas;

Manter relações sexuais sem camisinha com um paciente com suspeita ou diagnóstico confirmado da doença;

Ficar exposto a gotículas salivares de pessoas portadoras do vírus, como espirros ou tosse;

Ter contato direto com o sangue infectado, em casos de lesões, por exemplo;

Viver em local com falta de saneamento básico;

Mulheres em fase de gestação, especialmente no 3º trimestre.

Estima se que 16 a 45% dos casos mais graves são fatais. A morte de infectados normalmente se dá devido a falhas múltiplas de órgãos. Já em mulheres grávidas, essa estimativa chega a 92%. Para amenizar as perdas, são feitos partos induzidos no terceiro trimestre da gestação.

A febre de Lassa tem cura somente quando tratada no seu estágio inicial, que ocorre dentro dos 6 primeiros dias após a infecção. O tempo de recuperação ou da piora do paciente varia de 7 a 30 dias após o surgimento dos sintomas. Ainda não existe uma vacina para a doença, por se tratar de um recurso caro, demorado e que requer muita pesquisa

Profissionais de saúde que tenham contato com a pessoa infectada e que não respeitem as devidas precauções também apresentam um alto risco de contrair a doença. Fazem parte da lista:

Médicos;

Enfermeiros;

Pessoas que manipulam amostras de sangue em casos suspeitos de febre de Lassa.

De acordo com especialistas, o vírus está associado ao clima tropical, ou seja, acontece em determinada região geográfica e de forma esporádica.  Países mais pobres estão mais propensos por possuírem menos estrutura na saúde pública e no combate de doenças contagiosas. Apesar da facilidade em se espalhar a doença justamente pelas diversas opções de locomoções entre um país e outro, a probabilidade da doença chegar até aqui é baixa.

 De acordo com o virologista Flávio Guimarães, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o vírus da Febre de Lassa é considerado emergente, ou seja, detectado há pouco tempo, por isso ainda não conta com políticas públicas de saúde adequadas a ele.

A facilidade de uma pessoa viajar infectada e disseminar a doença em outro país é muito forte, no entanto, o virologista acredita que é pouco provável que a Febre de Lassa chegue ao Brasil. “Não é um vírus epidêmico, ele causa surtos esporádicos. Eu diria que é um risco pequeno diante de outros riscos maiores do ponto de vista de saúde pública e de doenças infectocontagiosas”, afirma.

Uma das razões do descontrole da doença no país africano seria a dificuldade de diagnóstico. Os sintomas iniciais da Febre de Lassa podem ser confundidos com dengue ou malária, que são febre alta e dores no corpo.

O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento com o medicamento antiviral garanta bons resultados.

TRATAMENTO

A pessoa infectada deve ser isolada para impedir o contágio. O contato com o paciente deve ser feito com a utilização de luvas, óculos, aventais e máscaras. Antivirais são indicados para cessar a ação do vírus no organismo, reduzindo sua proliferação e eliminando-o do organismo. Como o agente invasor necessita estar ligado ao núcleo da célula RNA para se desenvolver, o antiviral atua no bloqueio e anulação das atividades virais e inibe a duplicação da mesma.

Mantenha uma rotina de ingestão de líquidos pois isso ajuda a regular a produção de eletrólitos (produtores de energia imediata e responsáveis pela hidratação corporal).

Para pessoas que vivem nas regiões de risco, é recomendado fechar buracos que facilitam a entrada de ratos em suas moradias, jogar o lixo em recipientes tampados e conservar alimentos e água em objetos lacrados. O uso de luvas, óculos e máscaras devem ser adotados em contato com pessoas infectadas. Evite contatos com roedores, lave as mãos regularmente, cozinhe bem os alimentos, mantenha o ambiente limpo e isolar o paciente infectado são alguns cuidados que se deve ter no tratamento da Lassa.

Em caso de morte decorrente da doença, garantir um enterro seguro para evitar novos casos de transmissão, visto que o cadáver permanece contagioso por vários dias após a morte.

Para medida de controle, os profissionais de saúde devem contatar as autoridades responsáveis pela vigilância e notificação de doenças do governo local, sempre que atenderem um paciente com suspeita de infecção.

Medidas que podem ser tomadas pelos profissionais da saúde, a fim de evitar novas contaminações:

Limite o número de funcionários e visitantes para o acesso ao quarto do paciente;

Desinfetar adequadamente os itens usados pelo paciente, incluindo seringas, termômetros, roupas de cama, copos e talheres;

Garantir o uso e descarte adequado de todos os equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas;

Descartar de maneira segura os objetos injetáveis e outros itens pontiagudos;

Manusear com segurança as amostras de sangue retiradas de pacientes com suspeita de infecção do vírus;

Manter toda a equipe da unidade de saúde informada sobre os riscos associados a doença.

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