A importância do Enfermeiro nas consultas pré-natais para prevenir a sífilis gestacional

Atualizado em 18/01/2022 às 11:55

Vários fatores ocorrem para que mulheres se contaminem com a Sífilis, uma delas é falta de informações, por isso, o papel do enfermeiro é fundamental nas consultas.

A Sífilis Congênita tornou-se uma doença de notificação compulsória por meio da Portaria Ministerial Nº 542 de 22 de dezembro de 1986.

A Sífilis em Gestantes ou Sífilis Gestacional passou a constar como agravos de notificação compulsória a partir de 2005, por meio da Portaria Ministerial Nº 33 de 14 de julho desse mesmo ano. (LIMA, et al, 2017).

Entretanto, estudos nacionais e internacionais mostram falhas durante as consultas pré-natais. Do total de casos notificados no Brasil, 75,5% das gestantes, em 2009, haviam recebido assistência pré-natal, mas apenas 55,4% tiveram o diagnóstico de sífilis ainda na gestação. (OSAWA, et al, 2016).

As ações de prevenção da SC estão estreitamente relacionadas aos cuidados com a gestante no pré-natal, como a realização dos testes sorológicos para sífilis no primeiro e terceiro trimestre de gestação, o tratamento correto e oportuno da infecção diagnosticada, instituído o mais precoce, tanto na mulher quanto no parceiro, no prazo máximo de finalização de até 30 dias antes do parto (LIMA et al, 2017).

O controle da sífilis vem sendo um problema para os setores assistenciais e para vigilância epidemiológica. É necessária uma assistência pré-natal de maneira sistematizada e humanizada. Vários fatores ocorrem para que essas mulheres se contaminem em virtude da falta de informações, ao difícil acesso dos cuidados de saúde, dentre outros, indagando não unicamente a mulher assim como o seu parceiro, que nessas circunstâncias insere-se de forma abrangente em vasto aspecto. (LEITE, et al, 2016).

A transmissão vertical, propriamente a SC insere-se no quadro de causa perinatal evitá­vel, podendo ser controlada mediante diagnóstico e tratamento efetivos na gestação. Por essa razão, pode ser considerado “evento sentinela”, estando o seu controle diretamente relacionado à qualida­de da assistência pré-natal, justificando a neces­sidade de monitoramento e avaliação dessa ação nos diferentes serviços e em diferentes níveis de complexidade (CARDOSO, et al, 2016).

Diante do que foi constatado sobre a importância da assistência pré-natal para a prevenção da sífilis na gestação e da sífilis congênita, se faz necessário à conscientização e socialização de informações a respeito do assunto. É neste espaço onde o papel do enfermeiro se faz importante visto que ele é peça fundamental nas consultas da gestante.

Plano Assistencial de Enfermagem

O Plano Assistencial objetiva o planejamento racional da assistência de enfermagem a ser prestada à gestante através do atendimento de suas necessidades básicas afetadas.

A elaboração do Plano Assistencial é feita, portanto, com base nos problemas de enfermagem estabelecidos, sendo sua aplicação imediata, dada a peculiaridade do atendimento.

Podemos classificar como intervenção de enfermagem no Plano Assistencial da consulta, os critérios de Orientação e Encaminhamento, o último quando os problemas da resolução por parte de outro profissional.

CARACTERÍSTICA DO ATENDIMENTO

Especificamente, quatro (4) são as atividades básicas desenvolvidas por ocasião da consulta e que englobam:

  1. Entrevista;
  2. Exame Físico;
  3. Exame Obstétrico;
  4. Orientação.
1 – Entrevista

Compreende-se como entrevista o arrolamento de dados relativos a:

  1. identificação da gestante;
  2. antecedentes pessoal e familiar;
  3. condições sócio-econômicas e culturais;
  4. situações relacionadas com o estado gestacional;
  5. condições de saúde atual.
2 – Exame Físico

O Exame Físico compreende:

  1. verificação do peso e altura;
  2. TRP e PA;
  3. inspeção da mama;
  4. condições dos dentes;
  5. existência de edema e varizes.
3 – Exame Obstétrico

De acordo com o estágio da gestação distinguimos como imprescindível, as ações abaixo enumeradas:

  1. medida da circunsferência abdominal;
  2. fundo do útero;
  3. apresentação;
  4. situação;
  5. posição;
  6. batimentos cardiofetal – BCF.
4 – Orientação

As orientações, como já foram descritas anteriormente, estão voltadas para os problemas identificados, destacando-se também, as informações sobre puerpério, cuidados com a criança e medidas gerais de proteção à saúde.

O enfermeiro como pré-natalista,é peça chave na prevenção e detecção da sífilis gestacional e congênita. Exames de rotina realizados no 1ºe 3º trimestres podem sinalizar a existência de sífilis no organismo materno, o que possibilita diagnósticos e tratamentos imediatos tanto da grávida como do parceiro, evitando a (re)infecção.

Dentre as responsabilidades do enfermeiro no pré-natal, está a de fornecer informações que melhorem a qualidade de vida e saúde do binômio. A educação em saúde é ferramenta indispensável para a criação de clientes conscientizados e corresponsáveis pela sua própria saúde.

Promover uma assistência universal, de qualidade e de fácil acessibilidade pode ser de grande potencial para a eliminação da ocorrência da Sífilis na gestação.

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