Teoria das Relações Interpessoais - Hildegard Peplau

Teoria das Relações Interpessoais

Atualizado em 25/03/2023 às 11:56

Existe apenas uma Teoria das Relações Interpessoais na enfermagem, que foi desenvolvida por Hildegard Peplau em 1952. Peplau é considerada a fundadora dessa teoria.

É importante notar que existem outras teorias que abordam as relações interpessoais na enfermagem, mas elas não são consideradas “Teoria das Relações Interpessoais” propriamente dita. Por exemplo, a Teoria do Cuidado Transpessoal de Jean Watson (1979) enfatiza a importância das relações interpessoais no cuidado de enfermagem, mas tem uma abordagem diferente da teoria de Peplau.

Outra teoria relacionada é a Teoria do Cuidado Cultural de Madeleine Leininger (1978), que enfatiza a importância da cultura e dos valores na relação enfermeiro-paciente. Embora a teoria de Leininger não seja especificamente sobre relações interpessoais, ela tem uma abordagem semelhante de enfatizar a importância do entendimento das perspectivas e necessidades do paciente para fornecer um cuidado culturalmente apropriado.

Em resumo, a Teoria das Relações Interpessoais na enfermagem é única e foi desenvolvida por Hildegard Peplau em 1952. Outras teorias relacionadas abordam a importância das relações interpessoais na enfermagem, mas têm abordagens diferentes.

A Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau

A Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau, foi desenvolvida em 1952. Ela enfoca a importância da relação enfermeiro-paciente. Peplau era uma enfermeira psiquiátrica e acreditava que a relação interpessoal entre o enfermeiro e o paciente era essencial para o cuidado de enfermagem efetivo e humanizado.

A teoria de Peplau enfatiza que a relação enfermeiro-paciente deve ser baseada na empatia, no respeito, na confiança, na comunicação eficaz e na compreensão das necessidades e perspectivas do paciente. Segundo Peplau, o enfermeiro deve atuar como um facilitador, ajudando o paciente a lidar com sua situação de saúde e promovendo seu autoconhecimento e autonomia.

A Teoria das Relações Interpessoais de Peplau também enfatiza que a relação enfermeiro-paciente é dinâmica e pode mudar ao longo do tempo. Peplau identificou quatro fases na relação enfermeiro-paciente: a fase de orientação, a fase de identificação, a fase de exploração e a fase de resolução. Cada fase tem suas próprias características e objetivos, e a transição entre as fases é influenciada pela interação entre o enfermeiro e o paciente.

A teoria de Peplau tem sido muito influente na enfermagem, especialmente na enfermagem psiquiátrica e na promoção do cuidado centrado no paciente. A ênfase na importância da relação enfermeiro-paciente tem levado a um maior foco na comunicação eficaz, na empatia e no envolvimento dos pacientes em seu próprio cuidado.

Quatro fases da Teoria das Relações Interpessoais

A Teoria das Relações Interpessoais de Peplau descreve quatro fases na relação enfermeiro-paciente. A seguir, detalhamos cada uma dessas fases:

  1. Fase de Orientação: Nesta fase inicial, o enfermeiro e o paciente se encontram pela primeira vez. O enfermeiro se apresenta, estabelece a confiança e explica sua função. O paciente pode estar ansioso, desorientado ou confuso. O enfermeiro ajuda o paciente a se sentir seguro e orientado no ambiente hospitalar.
  2. Fase de Identificação: Nesta fase, o paciente começa a ver o enfermeiro como uma pessoa de confiança e estabelece um relacionamento mais próximo. O enfermeiro ajuda o paciente a identificar seus sentimentos, necessidades e preocupações relacionadas à sua condição de saúde. O paciente pode começar a expressar suas emoções e sentimentos, e o enfermeiro deve estar preparado para ouvir e responder de forma compassiva.
  3. Fase de Exploração: Nesta fase, o enfermeiro e o paciente trabalham juntos para explorar e compreender a condição de saúde do paciente. O enfermeiro ajuda o paciente a entender o diagnóstico, o tratamento e as possíveis consequências. O enfermeiro também ajuda o paciente a identificar suas habilidades e recursos para lidar com a situação de saúde e a enfrentar os desafios.
  4. Fase de Resolução: Nesta fase final, o paciente começa a ter mais controle sobre sua condição de saúde e está se preparando para receber alta hospitalar. O enfermeiro ajuda o paciente a consolidar suas habilidades e recursos, a preparar-se para a transição para casa e a planejar o cuidado a longo prazo. O enfermeiro também avalia o progresso do paciente e o prepara para o futuro, apoiando-o na continuidade do cuidado e no enfrentamento de possíveis recaídas.

Vale lembrar que essas fases são dinâmicas e podem ocorrer em diferentes momentos durante a internação hospitalar. A transição de uma fase para outra depende da interação entre o enfermeiro e o paciente, bem como das mudanças na condição de saúde do paciente.

O enfermeiro deve estar preparado para trabalhar em cada fase e adaptar-se às necessidades e expectativas do paciente.

Pontos positivos e negativos

A Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau é amplamente considerada uma contribuição significativa para a enfermagem e tem sido amplamente adotada em todo o mundo. No entanto, como em qualquer teoria, existem pontos positivos e negativos que devem ser considerados.

Pontos Positivos:

  • A teoria enfatiza a importância da relação entre o enfermeiro e o paciente, o que ajuda a melhorar a qualidade do cuidado prestado e a promover a recuperação do paciente.
  • A teoria de Peplau é considerada uma das primeiras teorias de enfermagem baseadas na psicologia e é considerada uma das mais abrangentes e bem desenvolvidas.
  • A teoria é aplicável em uma ampla variedade de configurações de cuidados de saúde, incluindo hospitais, ambulatórios e saúde mental.
  • A teoria enfatiza a importância do papel do enfermeiro como um facilitador da saúde e do bem-estar do paciente.

Pontos Negativos:

  • Algumas críticas argumentam que a teoria é excessivamente focada no papel do enfermeiro como terapeuta e pode negligenciar outras funções importantes do enfermeiro, como a coordenação do cuidado de pacientes.
  • Algumas críticas também argumentam que a teoria não leva em conta o papel dos sistemas de saúde e das estruturas sociais e políticas na promoção da saúde e bem-estar dos pacientes.
  • A teoria enfatiza a importância da terapia individual, mas pode não ser adequada para pacientes que necessitam de tratamento em grupo ou em equipe.
  • Alguns críticos argumentam que a teoria pode ser difícil de aplicar na prática devido à sua natureza abstrata e conceitual.

Em resumo, a Teoria das Relações Interpessoais tem pontos positivos e negativos, como qualquer teoria. No entanto, a sua importância na enfermagem e na promoção do bem-estar dos pacientes é amplamente reconhecida.

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One comment

  1. Esses conteúdos são de suma importância e, faz com que venhamos adquirir mais conhecimentos e por em prática aquilo que absorvemos de bom, para assim desenvolvermos melhor atendimento ao usuário da saúde.

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