Medicamentos anticoagulantes

Medicamentos anticoagulantes

Atualizado em 10/05/2023 às 11:01

Os medicamentos anticoagulantes são uma classe de drogas que reduzem a formação de coágulos sanguíneos. Eles agem alterando como o seu sangue se coagula, diminuindo a capacidade de coagulação do sangue e, assim, evitando a formação de coágulos indesejados. Eles não conseguem dissolver um coágulo que já se formou, mas podem impedir que o coágulo se torne maior e cause mais danos.

Os anticoagulantes são usados para prevenir e tratar diversas condições médicas que resultam, ou têm potencial para resultar, em coágulos sanguíneos. Entre elas estão a trombose venosa profunda (TVP), que é um coágulo de sangue em uma veia profunda, geralmente na perna; embolia pulmonar (EP), que é um coágulo em uma das artérias dos pulmões; e acidente vascular cerebral (AVC), causado por um coágulo no cérebro.

Os anticoagulantes também são frequentemente usados em pessoas, com certas condições cardíacas, como fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca, e após a substituição de válvulas cardíacas, para prevenir a formação de coágulos. Além disso, eles são comumente utilizados em pacientes que sofreram um ataque cardíaco para prevenir mais coágulos e subsequentes ataques cardíacos.

Como todos os medicamentos, os anticoagulantes devem ser usados com cautela, pois podem causar efeitos colaterais, sendo o mais comum o sangramento. Portanto, é importante que os pacientes que tomam esses medicamentos sejam monitorados de perto por profissionais de saúde.

Tipos de anticoagulantes

Os anticoagulantes podem ser divididos em duas categorias principais: os anticoagulantes orais e os anticoagulantes parenterais (administrados por injeção).

Anticoagulantes orais

Os anticoagulantes orais são medicamentos que ajudam a prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Eles são administrados por via oral e são usados no tratamento e prevenção de várias condições relacionadas à coagulação do sangue, como a trombose venosa profunda, embolia pulmonar e fibrilação atrial.

Lista de Anticoagulantes Orais:

  1. Varfarina (Marevan)
  2. Dabigatrana (Pradaxa)
  3. Rivaroxabana (Xarelto)
  4. Apixabana (Eliquis)
  5. Edoxabana (Lixiana)

Varfarina

A varfarina é um antagonista da vitamina K, o que significa que interfere na utilização da vitamina K no fígado para a produção de fatores de coagulação. A varfarina tem sido o padrão ouro para a anticoagulação oral por muitos anos, mas requer monitoramento frequente para ajustar a dose e pode interagir com muitos outros medicamentos e alimentos.

Anticoagulantes Orais Diretos (DOACs)

Esta classe de medicamentos inclui a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana e a edoxabana. Ao contrário da varfarina, os DOACs atuam diretamente em um único passo da cascata de coagulação. A dabigatrana é um inibidor direto da trombina, enquanto a rivaroxabana, a apixabana e a edoxabana são inibidores diretos do fator Xa.

Os DOACs têm várias vantagens sobre a varfarina, incluindo menos interações medicamentosas, início rápido de ação e a necessidade menos frequente de monitoramento laboratorial. No entanto, eles ainda podem aumentar o risco de sangramento e devem ser usados com cautela em pacientes com alto risco de sangramento.

É importante notar que, embora os anticoagulantes orais sejam eficazes na prevenção de coágulos sanguíneos, eles também podem aumentar o risco de sangramento. Portanto, os pacientes devem ser monitorados de perto para sinais de sangramento e a adesão ao tratamento deve ser enfatizada.

Além disso, em casos de sangramento grave, os efeitos dos anticoagulantes orais podem ser revertidos com agentes de reversão específicos ou com a administração de concentrados de complexo de protrombina.

Anticoagulantes parenterais

Os anticoagulantes parenterais são medicamentos injetáveis que ajudam a prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Eles são tipicamente usados em ambiente hospitalar, embora alguns possam ser usados em casa para pacientes com condições de longo prazo.

Lista de Anticoagulantes Parenterais:

  1. Heparina não fracionada (unidades de heparina)
  2. Enoxaparina (Clexane)
  3. Dalteparina (Fragmin)
  4. Fondaparinux (Arixtra)

Heparina não fracionada (HNF)

A heparina é um dos anticoagulantes parenterais mais antigos e é administrada por via intravenosa ou subcutânea. Ela atua através do aumento da atividade da antitrombina III, uma substância que inibe a coagulação do sangue. O efeito anticoagulante da heparina é quase imediato, mas precisa ser monitorado de perto com exames de sangue regulares para ajustar a dose e evitar o risco de sangramento.

Heparina de baixo peso molecular (HBPM)

As HBPMs, como enoxaparina e dalteparina, também aumentam a atividade da antitrombina III, mas são mais previsíveis em sua resposta e têm um risco menor de complicações do que a heparina não fracionada. Elas são administradas por via subcutânea e geralmente não requerem monitoramento regular da coagulação sanguínea.

Fondaparinux

Fondaparinux é um inibidor do fator Xa administrado por via subcutânea. Ele tem uma meia-vida mais longa do que a heparina e eliminado pelo rim, portanto, deve ser usado com cautela em pacientes com função renal comprometida.

Anticoagulantes parenterais diretos

Alguns anticoagulantes parenterais atuam diretamente sobre os fatores de coagulação específicos. Isso inclui bivalirudina, lepirudina e argatroban, que são inibidores diretos da trombina, e rivaroxabana e apixabana, que são inibidores diretos do fator Xa.

Todos os anticoagulantes parenterais aumentam o risco de sangramento e, os pacientes que os utilizam devem ser cuidadosamente monitorados para sinais de sangramento. Além disso, algumas destas drogas exigem ajustes de dose em pacientes com função renal comprometida.

Cuidados de Enfermagem

O uso de medicamentos anticoagulantes requer atenção e cuidado por parte da equipe de enfermagem para garantir a segurança do paciente.

Abaixo, estão algumas orientações importantes:

  1. Verificação da dosagem e horário: Sempre verifique a dosagem e o horário do medicamento prescrito antes de administrá-lo. As doses desses medicamentos são calculadas com precisão para atingir um equilíbrio entre a prevenção de coágulos e o risco de sangramento. Pequenas variações podem ter impactos significativos.
  2. Monitoramento constante: Pacientes em uso de anticoagulantes devem ser monitorados de perto para possíveis sinais de sangramento, como hematomas facilmente formados, sangue nas fezes ou urina, sangramentos nasais, gengivas sangrando, entre outros. Também devem ser monitorados para possíveis sinais de trombose.
  3. Exames laboratoriais: Exames laboratoriais, como o tempo de protrombina (TP) e o International Normalized Ratio (INR), são essenciais para monitorar a eficácia da anticoagulação e ajustar as doses, principalmente em pacientes que usam Varfarina.
  4. Educação do paciente: Os pacientes devem ser orientados sobre os riscos e benefícios dos anticoagulantes, além da importância da adesão ao tratamento. Devem ser instruídos a procurar ajuda médica imediatamente se ocorrerem sinais de sangramento.
  5. Cuidado com interações medicamentosas: Alguns medicamentos podem interagir com os anticoagulantes, aumentando o risco de sangramento ou reduzindo sua eficácia. Verifique sempre se o paciente está tomando algum outro medicamento que possa interagir.
  6. Precauções na manipulação de objetos pontiagudos: Devido ao aumento do risco de sangramento, é importante orientar o paciente a ter cuidado com objetos cortantes e pontiagudos, além de evitar atividades que possam causar cortes ou lesões.
  7. Atenção na realização de procedimentos invasivos: Se um paciente precisa passar por um procedimento invasivo ou cirúrgico, a equipe de saúde deve ser informada sobre o uso do anticoagulante, pois pode ser necessário interromper ou ajustar a dose do medicamento antes do procedimento.

Lembre-se, estas são diretrizes gerais. Cada paciente é único e pode requerer cuidados adicionais ou específicos dependendo de seu estado de saúde, outros medicamentos que está tomando, e outros fatores individuais. Portanto, sempre siga as orientações específicas do médico e da equipe de saúde do paciente.

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