Emergências Respiratórias em APH

Emergências Respiratórias em APH

As emergências respiratórias são situações clínicas em que a respiração de um paciente é comprometida, colocando sua vida em risco imediato. Estas emergências podem resultar de diversas condições, como crises asmáticas graves, insuficiência respiratória aguda, anafilaxia, obstrução das vias aéreas, entre outras.

Este tópico aborda as principais emergências respiratórias que podem ocorrer no contexto pré-hospitalar, os sinais e sintomas a serem reconhecidos rapidamente, e os protocolos de atendimento necessários para estabilizar o paciente e garantir o transporte seguro até o hospital.

Conteúdos Abordados:

  • Reconhecimento de Emergências Respiratórias:
  • Sinais e Sintomas Comuns:
    • Sinais de comprometimento respiratório, como dispneia, cianose, taquipneia, uso de musculatura acessória, estridor, sibilos, hipoxemia (baixa saturação de oxigênio), alterações no nível de consciência, e parada respiratória.
    • Importância da avaliação rápida e precisa para identificar a gravidade da emergência respiratória.
  • Crises Asmáticas e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC):
  • Crise Asmática Grave:
    • Definição e características de uma crise asmática grave: dispneia intensa, fala entrecortada, sibilos audíveis, taquicardia, saturação de oxigênio < 90%.
    • Identificação de sinais de alerta para falência respiratória iminente: silêncio respiratório (ausência de sons respiratórios), confusão mental, bradicardia, e cianose.
  • Protocolo de Atendimento para Crises Asmáticas:
    • Administração de oxigênio suplementar para manter a saturação de oxigênio > 94%.
    • Uso de broncodilatadores inalatórios de ação curta (beta-agonistas, como salbutamol) e anticolinérgicos (brometo de ipratrópio) por nebulização ou inalador dosimetrado.
    • Administração de corticosteroides sistêmicos (como hidrocortisona ou prednisolona) para reduzir a inflamação das vias aéreas.
    • Monitoramento contínuo dos sinais vitais e do estado respiratório.
  • Exacerbação Aguda de DPOC:
    • Reconhecimento dos sinais de exacerbação aguda em pacientes com DPOC: aumento da tosse, produção de escarro, piora da dispneia, confusão ou sonolência.
    • Manejo da exacerbação de DPOC: Administração de oxigênio com precaução (alvo de saturação de 88-92%), broncodilatadores inalatórios e corticosteroides sistêmicos.
    • Suporte ventilatório não invasivo (ventilação com pressão positiva – CPAP ou BiPAP) em casos indicados.
  • Insuficiência Respiratória Aguda:
  • Definição e Causas de Insuficiência Respiratória Aguda:
    • Explicação da insuficiência respiratória aguda como uma falência na troca de gases nos pulmões, resultando em hipoxemia e/ou hipercapnia.
    • Principais causas: pneumonia grave, edema pulmonar agudo, aspiração, trauma torácico, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), entre outros.
  • Protocolo de Atendimento para Insuficiência Respiratória Aguda:
    • Monitoramento contínuo dos sinais vitais, frequência respiratória, e saturação de oxigênio.
    • Administração de oxigênio suplementar, ajustando a concentração para atingir saturação de 94-98%.
    • Preparação para suporte ventilatório avançado, como ventilação não invasiva (CPAP/BiPAP) ou intubação orotraqueal, se necessário.
    • Identificação e manejo das causas subjacentes da insuficiência respiratória (e.g., administração de antibióticos para pneumonia, diuréticos para edema pulmonar).
  • Anafilaxia e Choque Anafilático:
  • Reconhecimento da Anafilaxia:
    • Definição de anafilaxia: Reação alérgica grave e potencialmente fatal que ocorre rapidamente após a exposição a um alérgeno.
    • Sinais e sintomas: Urticária, angioedema, broncoespasmo, dispneia, sibilos, hipotensão, síncope, taquicardia, e choque.
  • Protocolo de Atendimento para Anafilaxia:
    • Administração imediata de adrenalina intramuscular (IM) na dose de 0,3-0,5 mg em adultos (ou 0,01 mg/kg em crianças) na face lateral da coxa.
    • Repetição da dose de adrenalina a cada 5-15 minutos, conforme necessário, até melhora dos sintomas.
    • Administração de oxigênio de alto fluxo e monitoramento contínuo dos sinais vitais.
    • Uso de antihistamínicos, corticosteroides e broncodilatadores adicionais para controlar sintomas associados.
    • Preparação para suporte avançado de vias aéreas (intubação) em casos de comprometimento respiratório grave.
  • Obstrução das Vias Aéreas:
  • Reconhecimento e Manejo da Obstrução das Vias Aéreas:
    • Identificação de sinais de obstrução parcial ou completa das vias aéreas (estridor, tosse ineficaz, ausência de som respiratório).
    • Manobras de desobstrução:
    • Para pacientes conscientes: Manobra de Heimlich (compressões abdominais) para adultos e crianças, golpes nas costas e compressões torácicas para lactentes.
    • Para pacientes inconscientes: RCP com ênfase em compressões torácicas, verificando a obstrução após cada ciclo de compressões.
    • Preparação para intubação ou cricotireoidostomia de emergência se a obstrução não puder ser removida por métodos não invasivos.
  • Protocolo de Suporte Avançado de Vida em Emergências Respiratórias:
  • Abordagens e Intervenções Avançadas:
    • Utilização de dispositivos avançados de manejo de vias aéreas, como tubos endotraqueais, dispositivos supraglóticos (máscara laríngea), e cricotireoidostomia de emergência.
    • Administração de ventilação assistida e monitoramento da adequação da ventilação (capnografia e oximetria de pulso).
    • Avaliação e manejo contínuos para otimizar a ventilação e a oxigenação.
  • Preparo para o Transporte e Comunicação com o Hospital:
  • Coordenação com o Hospital de Destino:
    • Comunicação clara e antecipada com o hospital de destino, fornecendo informações sobre a condição do paciente, intervenções realizadas, medicamentos administrados, e tempo estimado de chegada.
  • Preparo para o Transporte:
    • Garantia de monitoramento contínuo dos sinais vitais, oximetria e estado neurológico durante o transporte.
    • Manutenção da prontidão para intervenções adicionais durante o transporte, conforme necessário.

Benefícios Esperados com o Tópico:

Ao final deste tópico, os participantes deverão ser capazes de:

  • Reconhecer rapidamente os sinais e sintomas de emergências respiratórias comuns, como crises asmáticas, insuficiência respiratória aguda, anafilaxia e obstrução das vias aéreas.
  • Aplicar protocolos de atendimento adequados para estabilizar pacientes em diferentes tipos de emergências respiratórias, incluindo administração de oxigênio, broncodilatadores, adrenalina, e uso de dispositivos de ventilação.
  • Utilizar técnicas avançadas de manejo de vias aéreas e suporte ventilatório de forma segura e eficaz.
  • Preparar o paciente para o transporte seguro, mantendo comunicação eficiente com o hospital receptor para garantir a continuidade do cuidado.
  • Adotar uma abordagem coordenada e sistemática para melhorar os desfechos clínicos em emergências respiratórias.

Este tópico é essencial para capacitar os profissionais de saúde a agir com rapidez e precisão em situações de emergência respiratória, aumentando as chances de sobrevivência e recuperação do paciente.

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