A Enfermagem é uma Profissão Milenar

A Enfermagem é uma Profissão Milenar

A prática de cuidar de pessoas doentes ou feridas, é uma atividade que existe desde os tempos mais antigos, da história da humanidade. Na verdade, a enfermagem é uma das profissões mais antigas do mundo, e pode ser rastreada até a Antiguidade, quando as mulheres cuidavam de suas famílias e comunidades, chamadas de enfermeiras.

Embora a enfermagem moderna, como profissão formal, tenha começado a se desenvolver apenas no século XIX, a prática de cuidar de doentes ou feridos é tão antiga quanto a própria humanidade. A Enfermagem é uma Profissão Milenar.

Na Grécia antiga, por exemplo, as mulheres cuidavam dos membros de suas famílias e vizinhos doentes, aplicando remédio caseiros e plantas medicinais para aliviar a dor e o desconforto.

Na Idade Média, a enfermagem era praticada por mulheres em mosteiros e conventos, que cuidavam de doentes e feridos.

Durante a Renascença, a enfermagem começou a ser vista como uma profissão separada do trabalho doméstico, e a partir do século XIX, com o trabalho pioneiro de Florence Nightingale, a enfermagem evoluiu rapidamente para se tornar uma profissão organizada e padronizada.

Hoje, a enfermagem é uma profissão vital na área da saúde, desempenhando um papel fundamental na promoção da saúde, prevenção de doenças e no cuidado de pessoas doentes ou feridas.

A enfermagem é uma profissão altamente respeitada e valorizada em todo o mundo, com um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas e na saúde pública.

Uma profissão que surgiu entre as mulheres

A enfermagem é uma profissão milenar, que surgiu predominantemente entre as mulheres, e isso se deve, na maioria, aos papéis tradicionais de gênero impostos às mulheres ao longo da história. Desde os tempos antigos, as mulheres eram responsáveis por cuidar das suas famílias e comunidades, e isso incluía o cuidado de doentes e feridos.

A categoria enfrentou dificuldades, para ser reconhecida como uma profissão com status e prestígio social. As mulheres, durante muito tempo, foram consideradas inferiores em relação aos homens e, por isso, as atividades que elas desempenhavam, incluindo a enfermagem, eram menos valorizadas.

A enfermagem só começou a ser reconhecida como uma profissão autônoma no século XIX, quando Florence Nightingale, uma enfermeira britânica, revolucionou o campo da enfermagem ao desenvolver padrões de treinamento, práticas e protocolos para a profissão. Ela estabeleceu a primeira escola de enfermagem do mundo, em 1860, no Hospital St. Thomas, em Londres.

Ao longo do século XX, a enfermagem continuou a evoluir, com o desenvolvimento de técnicas e procedimentos mais avançados e a expansão do papel das enfermeiras em áreas como a saúde pública, o ensino e a pesquisa.

Antiguidade

A Antiguidade é um período da história, que se inicia com a invenção da escrita, por volta de 4000 a.C. Se estende, até o final do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C.

Esse período da história, é caracterizado pelo desenvolvimento de grandes civilizações, como a egípcia, a mesopotâmica, a grega e a romana. Essas civilizações, deixaram importantes legados culturais, políticos, sociais e econômicos para a humanidade.

Na antiguidade, a enfermagem era realizada principalmente por mulheres, que eram as cuidadoras. Em algumas culturas antigas, como a egípcia, as mulheres exerciam papéis importantes na área da saúde, com registros de enfermeiras que atuavam em templos e hospitais. Na Grécia antiga, a deusa Hygeia, era adorada como a protetora da saúde, e suas sacerdotisas eram encarregadas de oferecer cuidados aos doentes e feridos.

Durante o Império Romano, as mulheres romanas também desempenharam um papel importante na enfermagem, oferecendo cuidados básicos e tratamentos para os doentes. Além disso, existiam enfermeiras que trabalhavam nos hospitais e santuários romanos, oferecendo cuidados aos soldados feridos e aos doentes.

Embora as práticas de enfermagem na antiguidade fossem rudimentares em comparação com as práticas modernas, essas mulheres foram pioneiras em oferecer cuidados de saúde e alívio da dor para os doentes e feridos. Seus esforços pavimentaram o caminho para o desenvolvimento de práticas mais avançadas de enfermagem no futuro.

Idade Média

A Idade Média, também conhecida como Era Medieval, é um período histórico que iniciou em torno do século V e se estendeu até o século XV, na Europa. É considerado um período de transição entre a Antiguidade e a Idade Moderna, marcado por diversos eventos e mudanças históricas, como a queda do Império Romano, o surgimento do feudalismo, as Cruzadas, entre outros.

Durante a Idade Média, a enfermagem era praticada principalmente em mosteiros e conventos cristãos. As freiras eram as principais cuidadoras e enfermeiras, oferecendo cuidados e tratamentos para os doentes e feridos. Elas eram altamente valorizadas por sua dedicação e trabalho em nome da igreja e da comunidade.

A enfermagem na Idade Média era geralmente realizada em pequena escala e de forma bastante rudimentar, com poucas práticas e técnicas avançadas de enfermagem. O foco principal era oferecer cuidados básicos, como alimentação, higiene e conforto, bem como algumas terapias simples, como ervas medicinais e remédios caseiros.

As freiras também desempenharam um papel importante no cuidado de soldados feridos durante as Cruzadas e outras guerras da época. Elas estavam frequentemente presentes nos campos de batalha, oferecendo cuidados básicos e alívio da dor para os feridos.

Apesar de suas limitações, a enfermagem na Idade Média foi um importante precursor para a prática moderna da enfermagem. As freiras estavam comprometidas com o bem-estar dos doentes e feridos e forneceram um modelo para o desenvolvimento de práticas e técnicas mais avançadas de enfermagem no futuro.

Renascimento

O Renascimento é um período da história que iniciou no século XIV na Itália e se estendeu até o século XVII em outros países europeus. O Renascimento é considerado uma época de renovação cultural, científica e artística, que rompeu com as tradições da Idade Média e valorizou a razão, a ciência e a arte como formas de expressão da humanidade.

O período também foi marcado por importantes mudanças sociais, políticas e econômicas, como a ascensão da burguesia e o surgimento do comércio e das cidades como centros de poder e de cultura.

Durante o Renascimento, a enfermagem ainda era uma profissão predominantemente feminina, e as enfermeiras enfrentaram diversos desafios e obstáculos para exercerem suas atividades. Entre os principais desafios estava a falta de reconhecimento e valorização da profissão, que ainda era vista como um trabalho doméstico e não como uma atividade profissional.

Além disso, as enfermeiras enfrentaram barreiras para ter acesso a educação e treinamento adequados, o que limitava seu conhecimento e habilidades para lidar com situações complexas. Muitas vezes, as enfermeiras eram obrigadas a aprender por meio de experiência prática, o que também era insuficiente para lidar com casos mais graves e complicados.

No entanto, ao longo do Renascimento, a enfermagem começou a ganhar maior reconhecimento e respeito, especialmente por seu trabalho em situações de guerra e epidemias. Grandes nomes da enfermagem, como Florence Nightingale, também surgiram no final dessa época, trazendo avanços significativos para a profissão.

Assim, durante o Renascimento, a enfermagem teve importantes conquistas, como o reconhecimento de sua importância para a sociedade e a melhoria da formação e qualificação das enfermeiras, contribuindo para a evolução da profissão ao longo do tempo.

As mulheres que serviam na guerra

No passado, não existiam escolas ou faculdades formais de enfermagem. As mulheres que trabalhavam como enfermeiras aprendiam suas habilidades por meio de experiência prática, muitas vezes em casa ou por meio do aprendizado com outras enfermeiras experientes.

A falta de formação formal e reconhecimento oficial dificultava a valorização e profissionalização da enfermagem, e muitas vezes as enfermeiras eram vistas como meras ajudantes dos médicos, sem uma identidade profissional própria.

Historicamente, as mulheres mais experientes na enfermagem, eram frequentemente convidadas a ajudar na guerra como enfermeiras ou voluntárias em hospitais militares. Durante as guerras, as mulheres trabalharam como enfermeiras em estreita colaboração com os médicos para cuidar dos soldados feridos e doentes.

Durante a Guerra da Crimeia, por exemplo, a enfermeira britânica Florence Nightingale liderou uma equipe de enfermeiras que tratava dos soldados feridos em hospitais militares. Ela ficou conhecida por sua dedicação e sua ênfase na higiene e limpeza para prevenir infecções. Seus esforços na guerra a levaram a ser reconhecida como a fundadora da enfermagem moderna.

Durante a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, muitas mulheres atuaram como enfermeiras em hospitais militares e em unidades de campo de batalha. Essas enfermeiras eram frequentemente expostas a situações perigosas e traumáticas e muitas delas foram condecoradas por sua coragem e heroísmo.

Atualmente, as enfermeiras ainda são frequentemente mobilizadas para prestar cuidados em zonas de conflito e desastres naturais em todo o mundo. As enfermeiras que trabalham nessas situações são altamente valorizadas por seu compromisso em ajudar aqueles que precisam de cuidados médicos e emocionais urgentes.

Enfermeiras eram homenageadas após a guerra

A enfermagem ganhou muito prestígio e respeito ao longo da história devido ao seu trabalho durante as guerras. As enfermeiras muitas vezes enfrentaram condições perigosas e desafiadoras, colocando suas próprias vidas em risco para salvar as vidas dos outros. Isso inspirou respeito e admiração por seu trabalho em todo o mundo, e muitas vezes elas foram homenageadas por suas realizações.

Depois das guerras, muitas enfermeiras foram homenageadas com medalhas e condecorações militares por sua coragem e serviço. Por exemplo, durante a Primeira Guerra Mundial, a enfermeira britânica Edith Cavell foi executada pelos alemães por ajudar soldados feridos a escapar para a Holanda. Ela foi postumamente homenageada com a Cruz de Cavaleiro da Ordem de São Jorge pelo governo britânico, e muitas outras enfermeiras receberam medalhas e condecorações semelhantes por seu serviço.

Além disso, as enfermeiras também foram homenageadas por suas contribuições para a medicina e a enfermagem. Por exemplo, a enfermeira britânica Florence Nightingale, conhecida como “A Dama da Lâmpada“, ganhou fama durante a Guerra da Crimeia por seu trabalho em melhorar as condições sanitárias nos hospitais militares britânicos. Ela introduziu muitas práticas inovadoras de enfermagem que se tornaram padrão em todo o mundo, homenageada por seu trabalho com inúmeras honrarias e prêmios.

Ao longo dos anos, muitas enfermeiras continuaram a ser homenageadas por seu serviço durante as guerras e por suas contribuições para a medicina e a enfermagem em geral. Hoje, as enfermeiras são amplamente respeitadas e valorizadas por seu trabalho essencial em salvar vidas e cuidar dos doentes e feridos, e continuam a ser homenageadas por suas realizações em todo o mundo.

Mulheres enfermeiras que serviram nas guerras

Existem muitas mulheres (enfermeiras), que serviram nas guerras ao longo da história. Aqui estão alguns exemplos de enfermeiras notáveis que prestaram serviços militares:

  1. Florence Nightingale: Durante a Guerra da Crimeia, Florence Nightingale liderou uma equipe de enfermeiras que tratava dos soldados feridos em hospitais militares. Seus esforços na guerra a levaram a ser reconhecida como a fundadora da enfermagem moderna.
  2. Edith Cavell: Durante a Primeira Guerra Mundial, Edith Cavell trabalhou como enfermeira em um hospital em Bruxelas e ajudou a esconder e salvar soldados aliados que estavam fugindo dos alemães. Ela foi executada pelos alemães por suas atividades de espionagem e ajuda aos soldados.
  3. Agnes Warner: Durante a Primeira Guerra Mundial, Agnes Warner serviu como enfermeira em hospitais militares canadenses e ajudou a treinar outras enfermeiras para trabalhar no campo de batalha. Ela também trabalhou como espiã para o exército canadense.
  4. Marie Louise Habets: Durante a Segunda Guerra Mundial, Marie Louise Habets trabalhou como enfermeira no Exército de Libertação Holandês. Ela ajudou a tratar soldados feridos e também ajudou a esconder e proteger judeus e outros fugitivos da perseguição nazista.
  5. Mary Eliza Mahoney: Mary Eliza Mahoney foi uma das primeiras enfermeiras afro-americanas a se formar em um programa de enfermagem nos Estados Unidos. Durante a Guerra Hispano-Americana, ela trabalhou como enfermeira voluntária em hospitais militares.
  6. Beatrice Mary MacDonald: Durante a Primeira Guerra Mundial, Beatrice Mary MacDonald serviu como enfermeira em hospitais militares britânicos na França e na Grécia. Ela foi a primeira enfermeira a receber a Cruz de Guerra Francesa por sua bravura e serviço durante a guerra.
  7. Vera Brittain: Durante a Primeira Guerra Mundial, Vera Brittain trabalhou como enfermeira voluntária em hospitais militares britânicos na França e na Inglaterra. Ela mais tarde escreveu um livro intitulado “Testament of Youth”, que descreve suas experiências como enfermeira e como mulher durante a guerra.
  8. Agnes von Kurowsky: Durante a Primeira Guerra Mundial, Agnes von Kurowsky serviu como enfermeira americana na Itália. Ela ficou conhecida por seu relacionamento com o escritor Ernest Hemingway, que se baseou em sua história para escrever o romance “Adeus às Armas”.
  9. Mairi Chisholm: Durante a Primeira Guerra Mundial, Mairi Chisholm trabalhou como enfermeira voluntária para o Exército Escocês. Ela também trabalhou como motorista de ambulância e ajudou a transportar soldados feridos para hospitais.
  10. Margaret Corbin: Durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, Margaret Corbin acompanhou seu marido em batalha e o ajudou a carregar a artilharia. Quando seu marido foi morto, ela assumiu seu lugar e lutou até ser gravemente ferida. Ela foi a primeira mulher a receber uma pensão vitalícia do governo dos Estados Unidos por seus serviços militares.

Essas mulheres enfermeiras demonstraram grande coragem e dedicação ao servir nas guerras. Suas contribuições para a enfermagem e para o serviço militar inspiraram gerações de enfermeiras e militares.

As mulheres brasileiras que serviram como enfermeiras nas guerras

Houve várias mulheres brasileiras que serviram como enfermeiras em guerras ao longo da história. Algumas delas são:

  • Ana Néri: Considerada a primeira enfermeira do Brasil, Ana Néri acompanhou o marido na Guerra do Paraguai e cuidou de soldados feridos. Ela foi a primeira mulher a receber a medalha de honra ao mérito militar, concedida pelo Imperador Dom Pedro II.
  • Filomena Ferreira: Enfermeira da Cruz Vermelha, Filomena Ferreira serviu na Primeira Guerra Mundial, prestando assistência médica e psicológica aos soldados brasileiros que lutavam na Europa.
  • Jandira Dantas: Jandira Dantas foi enfermeira voluntária na Segunda Guerra Mundial, atuando na área de transporte e evacuação de feridos. Ela recebeu a medalha de Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil.
  • Enfermeiras da Força Expedicionária Brasileira (FEB): Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de enfermeiras brasileiras da FEB foi enviado para a Itália para prestar assistência médica aos soldados brasileiros. Entre elas, destacam-se Leonor Conceição, Maria Augusta Generoso Estrella, Nise da Silveira e Tereza de Benguela.
  • Zilda Arns: Embora não tenha servido em uma guerra, Zilda Arns foi uma enfermeira brasileira que dedicou sua vida a trabalhos humanitários em áreas de conflito e desastres naturais. Ela fundou a Pastoral da Criança, organização que atua em defesa dos direitos das crianças e gestantes em situação de vulnerabilidade social. Zilda Arns faleceu em 2010 em um terremoto no Haiti, onde estava em missão humanitária.

Conquistas da enfermagem ao longo do tempo

A enfermagem tem uma longa história de conquistas significativas ao longo do tempo. Algumas das principais conquistas incluem:

  1. Fundação da Enfermagem Moderna: Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna, transformou o papel das enfermeiras no século XIX. Ela introduziu o conceito de higiene e limpeza para prevenir infecções, melhorou as condições de tratamento nos hospitais e estabeleceu a primeira escola de enfermagem.
  2. Desenvolvimento de padrões de prática e educação: ao longo do tempo, a enfermagem desenvolveu padrões de prática e educação, incluindo a criação de organizações reguladoras e a padronização da formação de enfermeiros e enfermeiras.
  3. Crescimento da diversidade na enfermagem: ao longo das últimas décadas, houve um crescimento significativo da diversidade na enfermagem, com mais profissionais de diferentes origens, etnias, gêneros e orientações sexuais ingressando na profissão.
  4. Participação em conflitos e desastres: desde a Primeira Guerra Mundial, as enfermeiras têm desempenhado um papel fundamental no atendimento aos soldados feridos em conflitos, além de atuar em desastres naturais e emergências de saúde pública, como a pandemia de COVID-19.
  5. Avanços tecnológicos: a tecnologia tem transformado a enfermagem, com avanços em sistemas de registro eletrônico de saúde, telemedicina, robótica e outras tecnologias que melhoram a qualidade do atendimento e a eficiência na prestação de cuidados.
  6. Maior reconhecimento da importância dos cuidados de enfermagem: cada vez mais, a enfermagem é vista como uma profissão vital para a promoção da saúde e prevenção de doenças, além de ser uma peça-chave nos cuidados paliativos e no apoio emocional a pacientes e suas famílias.

Essas são apenas algumas das conquistas significativas da enfermagem ao longo do tempo. A profissão continua a evoluir e a se adaptar às mudanças nas necessidades de saúde da sociedade.

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