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12 de abril: Dia do Enfermeiro Obstetra

A atuação da enfermagem obstétrica na melhora do cuidado é demonstrado em diversos estudos e é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

No dia 12 de abril é comemorado o Dia do Enfermeiro Obstetra. O enfermeiro obstetra é o profissional responsável pelos cuidados de enfermagem a mulher e a família, no seu ciclo reprodutivo, e ao recém-nascido, sendo legalmente habilitados para a assistência à gestação e parto normal.

Pesquisas apontam que 83% dos óbitos maternos e fetais poderiam ser evitados com o cuidado da enfermagem obstétrica, incluindo o planejamento familiar.

Assistência ao parto no Brasil

O cenário da assistência ao parto, no Brasil, é caracterizado pelo processo de medicalização do corpo feminino, relacionado às características socioculturais e econômicas da população, políticas de saúde, iniquidade e exclusão. Esse processo resultou em altos índices de cesarianas, mortalidade materna e perinatal, sobrecarregando os sistemas social e financeiro.

O investimento do Governo Federal na formação de profissionais de enfermagem obstétrica iniciou em meados da década de 1990, como estratégia necessária para redução do número de cesarianas e consequente diminuição das taxas de mortalidade materna. Esses profissionais são agentes importantes para redução da mortalidade materna, ao serem capacitados para assistência ao parto normal de risco habitual e defesa do nascimento seguro e livre de intervenções cirúrgicas e medicamentosas desnecessárias.

O processo formativo dos enfermeiros obstétricos, ao longo dos anos, passou por transformações, com avanços na inserção e atuação desses profissionais. A Organização Mundial da Saúde, desde 1985, com a publicação “Tecnologia Apropriada para Partos e Nascimentos”, incentiva a formação e prática de enfermeiras obstétricas e, no Brasil, o escopo da prática dessas profissionais está respaldado pela Lei do Exercício Profissional, desde 1986.

Os riscos para partos cesárea no Brasil, gira em torno de (56%) dos partos realizados, quase o dobro da média registrada em países como os Estados Unidos, e o triplo para a França. O Ministério da Saúde alerta que em alguns casos não é indicado, e mesmo assim realizado.

A base da PNH se concentra na atenção e gestão no Sistema único de Saúde (SUS), é fundamentada por três pilares: A inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde. A transversalidade e autonomia, com o protagonismo da mulher.

A atuação da enfermagem obstétrica no cenário do parto de risco habitual não exclui o médico da assistência, mas otimiza a assistência do profissional médico para os cenários onde essa assistência especializada se faz necessária. A participação da enfermeira obstétrica e obstetriz pode oferecer este equilíbrio entre as intervenções necessárias e o processo fisiológico da parturição, sobretudo para as mulheres que necessitam de um atendimento de maior complexidade, pois são estas que necessitam de maiores cuidados. O cuidado é a expertise da enfermagem.

O cuidado deve ser sempre compartilhado, para que seja cuidado. Do contrário, ele se torna somente um procedimento e isso deve ser aplicado tanto no Sistema único de Saúde (SUS) como em instituições privadas.

Referências:

Schreck RSC, Silva KL. Produção científica sobre enfermagem obstétrica no Brasil:
Revisão de escopo.
Rev Enferm UFPE on line. 2022;16:e253629 DOI: https://doi.org/10.5205/1981-8963.2022.253629

Monteiro, MAS. A Assistência de Enfermagem Obstétrica no Trabalho de Parto. Rev Paul Enferm. 2022;33.
https://doi.org/10.33159/25959484.repen.2022v33a05

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