Conservação dos imunobiológicos

Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos como a luz e o calor, especialmente por conterem na sua formulação antígenos e adjuvantes.

O calor é bastante prejudicial, pois acelera a inativação das substâncias que entram na composição dos produtos.

As vacinas que contêm adjuvantes não podem ser submetidas a congelamento, ou seja, são conservadas entre +2ºC e +8ºC, da mesma forma os produtos derivados do plasma heterólogo e do plasma homólogo, de que são exemplos, respectivamente:

• os soros antitetânico, antidiftérico, anti-rábico humano, antibotrópico, anticrotálico, antilaquético, antibotrópico/crotálico, antibotrópico/ laquético, antielapídico, antiaracnídico, antiescorpiônico; e

• as imunoglobulinas anti-hepatite B, antivaricela zóster, antitetânica e anti-rábica humana.

Rede de Frio

Rede de frio é o sistema de conservação dos imunobiológicos, onde se inclui o armazenamento, o transporte e a manipulação destes produtos em condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento em que os mesmos são administrados.

O manuseio inadequado, um equipamento com defeito, ou a falta de energia elétrica, interrompem o processo de refrigeração, comprometendo a potência dos imunobiológicos. Na rede de frio identificam-se, basicamente, cinco instâncias: a nacional, a central-estadual, a regional, a municipal e a local. Em cada uma das instâncias deve existir instalações e equipamentos adequados para o armazenamento dos produtos, bem como para o transporte de uma esfera à outra.

Instância nacional e central estadual

Na instância nacional e central-estadual são instaladas câmaras frias com compartimentos separados para conservar os imunobiológicos a -20ºC e entre +2ºC e +8ºC.

No compartimento a -20ºC ficam as vacinas que podem ser submetidas a congelamento. No compartimento com temperatura entre +2ºC e +8ºC ficam os imunobiológicos que não podem ser submetidos a congelamento.

Na instância central-estadual, além das câmaras frias, usam-se, também, freezers para as vacinas que devem ser congeladas (-20ºC) e geladeiras tipo comercial (modelo de 4, 6 ou 8 portas) para os produtos que são conservados entre +2ºC e +8ºC.

Instância regional e municipal

Nas instâncias regional e municipal, os imunobiológicos são conservados em câmaras frias ou em freezers (-20ºC) e em refrigeradores (+2ºC a +8ºC), conforme a temperatura indicada para cada produto. Nessas instâncias, a instalação da câmara fria e a quantidade de freezers e refrigeradores comerciais e domésticos, dependem do volume a ser estocado, do tempo de armazenamento e da rotatividade dos produtos.

Procedimentos básicos na utilização de termômetros

Em todas as instâncias da rede de frio, o controle da temperatura é feito mediante a verificação de termômetros. Na sala de vacinação, nos postos de vacinação fixos e volantes, por ocasião de campanhas, intensificações e bloqueios, bem como no transporte, os imunobiológicos devem ficar entre +2ºC e +8ºC, que é a temperatura a ser mantida no interior do refrigerador e de caixas térmicas. Para verificar e controlar a temperatura utilizam-se os seguintes termômetros:

• de máxima e mínima;

• linear; e

• de cabo extensor.

A temperatura dos equipamentos é verificada, pelo menos, duas vezes: no início e no final do dia de trabalho. Em cada verificação, a temperatura lida no termômetro é registrada no formulário de Controle de Temperatura ou em outro impresso específico.

Termômetro de máxima e mínima

O termômetro de máxima e mínima (figura II-8) permite verificar as variações de temperatura, num período de tempo preestabelecido, oferecendo três tipos de informação: a temperatura mínima (mais fria), a temperatura máxima (mais quente) e a temperatura do momento:

• a temperatura mínima está indicada no nível inferior do filete azul na coluna da esquerda;

• a temperatura máxima está indicada no nível inferior do filete azul na coluna da direita;

• a temperatura do momento está indicada pela extremidade superior das colunas de mercúrio (colunas prateadas),

em ambos os lados.

Para verificar a temperatura no termômetro de máxima e mínima proceder da seguinte forma:

• verificar a extremidade superior das duas colunas de mercúrio, fazendo a leitura da temperatura indicada, ou seja, a temperatura do momento;

Observação:

• As duas colunas de mercúrio devem estar marcando a mesma temperatura.

• registrar as temperaturas verificadas nos espaços correspondentes (dia e período) do Formulário de Controle de Temperatura, afixado na porta do refrigerador;

• verificar a extremidade inferior do filete azul da coluna da direita, fazendo a leitura da temperatura máxima atingida desde a última verificação;

• registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (dia e período) do Formulário de Controle de

Temperatura, afixado na porta do refrigerador;

• verificar a extremidade inferior do filete azul da coluna da esquerda, fazendo a leitura da temperatura mínima atingida desde a última verificação;

• registrar a temperatura verificada no espaço correspondente (dia e período) do Mapa de Controle Diário de

Temperatura, afixado na porta do refrigerador.

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