Leucemia

Atualizado em 19/01/2022 às 06:31

A leucemia é uma neoplasia maligna dos órgãos formadores de sangue.

Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que substituem as células sangüineas normais. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos (principalmente esterno e bacia)e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras, que originam os elementos figurados do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.

A quantidade normal de leucócitos no é de 4 – 11 mil/m³ de sangue.

Incidência: Conforme Black & Jacobs (1996), a leucemia representa 8% de todos os cânceres humanos. É a malignidade mais comum nas crianças e adultos jovens, 50% das leucemias são classificadas como agu-das, as demais, classificadas como crônicas. As agudas têm maior incidência em crianças de 02 a 04 anos, diminuindo com a idade. As crônicas ocorrem mais em pessoas com 25 a 60 anos.

Manifestações clínicas: podem incluir: petéquias (pequenas manchas hemorrágicas); equimoses (manchas azuladas decorrentes de extravasamento de sangue para a pele); epistaxe (sangramento nasal), sangramento gengival, hemorragias na retina ou em qualquer orifício corporal; palidez; fadiga; dispnéia; febre; infec-ção; esplenomegalia (aumento do baço); hepatomegalia (aumento do fígado); dor óssea e nas articulações; efeitos neurológicos secundários à infiltração no sistema nervoso central, tais como: desorientação, sono-lência, torpor.

Etiologia: A causa exata é desconhecida, mas, existem vários fatores a ela associados:

– Exposição à radiação e substâncias químicas (ex. Benzeno)

– Anomalias genéticas (ex. Síndrome de Down)

– Presença de uma deficiência imune primária

– Infecção pelo vírus leucocitário humano (HTLV – 1: Vírus que infecta as células T )

– Fator genético.

Existem quatro categorias dos principais tipos de leucemia: leucemias mielóide agudas e crônicas e leucemias linfóides agudas e crônicas.

A leucemia aguda é progressiva e afeta células primitivas, perdendo a capacidade de desempenho das funções.Ocorre o crescimento rápido de células sanguíneas imaturas.Torna a medula óssea incapaz de produzir células sanguíneas saudáveis.Acomete maior número de crianças e leva a morte em semanas.

A leucemia crônica progride mais lentamente permitindo o crescimento de maior nú-mero de células, já que podem ser capazes de exercer algumas de suas funções normais.ocorre um acúmulo de células sanguíneas relativamente maduras,porém ainda assim anormais.Acomete idosos e pode durar por 15 anos.

*Leucemia Mielóide: caracteriza-se em anormalidade genética adquirida.Anormalidade nos cromossomos de números 0 à 22.

*Leucemia Linfóide: leva a um número aumentado de células linfóides.Alterações a nível de DNA.

Diagnóstico: A suspeita do diagnóstico é reforçada pelo exame físico. O paciente pode apresentar palidez, febre, aumento do baço (esplenomegalia) e sinais decorrentes da trombocitopenia, tais como epistaxe (san-gramento nasal), hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais, petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses (manchas roxas na pele). Na análise laboratorial, o hemograma estará alterado, porém, o diagnós-tico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma).

Tratamento: Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.

O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é consegui-do entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades.

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (do-ença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas se-guintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento.

O tratamento para leucemia crônica pode freqüentemente controlar a doença e seus sintomas, mas raramente a cura.

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais Do indi-víduo, uma vez que o paciente deve receber atenção integral, inseridos no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, não deve faltar ao paciente e à sua família, desde o início do tratamento, o suporte psi-cossocial necessário, o que envolve o comprometimento de uma equipe multiprofissional e a relação com diferentes setores da sociedade, envolvidos no apoio às famílias e à saúde do doente.

* Cuidados de enfermagem

– justificar as técnicas de lavagem das mãos para qualquer pessoa que entre em contato com o cliente.

– fazer uso de luvas e anti-sepsia rigorosa da pele para instalar infusões.

– estabelecer uso de máscaras para pessoas que prestam cuidados direto ao cliente.

– fazer e orientar higiene oral cuidadosa 3 a 6 vezes ao dia.

– ajudar o cliente no banho diário, usando sabão bactericida.

– colocar o cliente em quarto individual e orientar para que evite o contato com portadores de doenças con-tagiosas.

– promover repouso no leito durante episódios de sangramento.

– informar o cliente sobre a terapia, procedimentos diagnóstico e terapêuticos, explicando a finalidade e im-portância de cada um, antecipando possíveis reações e efeitos colaterais.

– informar antecipadamente ao cliente, a possível ocorrência da perda do cabelo com a quimioterapia. Ex-plicar, que a alopécia é temporária;

– procurar incluir familiares e pessoas significativas na atenção e cuidados ao cliente.

– adotar cuidados especiais quando for necessário a administração de medicamentos por via IM e EV, e son-das;

– oferecer dieta hipercalórica e hiperprotéica em intervalos regulares;

– estimular ingesta hídrica;

– adotar cuidados especiais na realização de tricotomias, lavagens intestinais, aplicação de calor;

– observar e relatar freqüência e características da eliminações gastrintestinais e vesicais, atentando para pre-sença de sangue;

– observar e registrar os efeitos colaterais dos quimioterápicos;

– administrar medicações prescritas, obedecendo rigorosamente o horário;

– realizar controle hídrico.

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