Atendimento a Parada Cardiorrespiratória (PCR) no APH

Atendimento a Parada Cardiorrespiratória (PCR) no APH

O atendimento a uma Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma das situações mais críticas e urgentes no contexto do Atendimento Pré-Hospitalar (APH). A PCR é caracterizada pela interrupção súbita das funções cardíaca e respiratória, necessitando de intervenções imediatas para restaurar a circulação e a ventilação, evitando danos irreversíveis aos órgãos vitais, especialmente o cérebro.

Este tópico aborda os protocolos e procedimentos avançados de suporte à vida para o manejo de pacientes em PCR, incluindo as diretrizes atualizadas para RCP avançada, uso de medicamentos e dispositivos, e as estratégias para maximizar a sobrevivência até a chegada ao hospital.

Conteúdos Abordados:

  • Reconhecimento da Parada Cardiorrespiratória (PCR):
  • Definição e Características da PCR:
    • Explicação sobre o que é a PCR, como ela ocorre e os mecanismos subjacentes (fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, assistolia e atividade elétrica sem pulso – AESP).
  • Identificação Rápida de PCR:
    • Sinais e sintomas característicos da PCR, como ausência de resposta, apneia ou gasping (respiração agônica), e ausência de pulso central palpável (carotídeo ou femoral).
    • Importância da identificação imediata para início precoce da reanimação cardiopulmonar (RCP).
  • Protocolo de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC):
  • Sequência de Ações Imediatas:
    • Uso do protocolo “CAB” (Compressões, Airway – vias aéreas, Breathing – respiração) para priorizar compressões torácicas de alta qualidade.
    • Ativação do serviço de emergência e solicitação de ajuda adicional (uso de rádios, dispositivos de comunicação, etc.).
  • Realização de Compressões Torácicas de Alta Qualidade:
    • Técnica de compressões torácicas: Localização correta das mãos, profundidade (pelo menos 5-6 cm em adultos), frequência (100-120 compressões por minuto), e minimização das interrupções.
    • Importância de permitir o retorno total do tórax entre as compressões.
  • Ventilação Avançada:
    • Utilização de dispositivos de ventilação assistida, como máscara bolsa-válvula (AMBU), tubos endotraqueais, ou dispositivos supraglóticos.
    • Protocolo de ventilação durante a RCP: Frequência e volume das ventilações, sincronização com as compressões torácicas, e monitoramento de adequação ventilatória.
  • Desfibrilação:
    • Identificação de ritmos chocáveis (fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso) e uso precoce do desfibrilador externo automático (DEA) ou desfibrilador manual.
    • Técnica de desfibrilação: Posicionamento adequado das pás ou eletrodos, carga e descarga, e cuidados de segurança durante a aplicação de choque.
    • Importância de minimizar a interrupção das compressões torácicas durante a desfibrilação.
  • Administração de Medicamentos no Manejo de PCR:
  • Medicações Utilizadas na Reanimação:
    • Adrenalina: Indicações, dosagem (1 mg a cada 3-5 minutos durante a RCP), efeitos e cuidados.
    • Amiodarona e Lidocaína: Uso em casos de ritmos chocáveis persistentes (FV e TV sem pulso), dosagem, efeitos e administração.
    • Outras Medicações: Uso de bicarbonato de sódio, sulfato de magnésio, e cálcio, conforme necessário, dependendo da condição subjacente e do protocolo vigente.
  • Protocolos de Administração:
    • Cálculo de dosagens e vias de administração (intravenosa, intraóssea).
    • Monitoramento de reações adversas e ajustes de doses conforme resposta clínica.
  • Uso de Dispositivos e Técnicas Avançadas de Suporte:
  • Capnografia:
    • Utilização da capnografia (monitorização da pressão parcial de CO₂ no final da expiração) para verificar a qualidade da ventilação e das compressões.
    • Interpretação dos valores de capnografia durante a PCR para ajuste das intervenções.
  • ECG (Eletrocardiograma) no APH:
    • Monitoramento e interpretação dos ritmos cardíacos durante a RCP.
    • Identificação de ritmos chocáveis e não-chocáveis e ajuste dos protocolos de acordo com a evolução do quadro clínico.
  • Ventilação Mecânica:
    • Utilização de ventiladores portáteis em situações de RCP prolongada ou transporte de longa distância.
    • Parâmetros de ventilação ajustados para otimizar a oxigenação e ventilação do paciente em PCR.
  • Estratégias de Manejo Pós-Ressuscitação:
  • Cuidados Pós-Parada Cardiorrespiratória (Pós-PCR):
    • Estabilização hemodinâmica e respiratória após o retorno da circulação espontânea (RCE).
    • Manutenção da oxigenação (saturação de oxigênio entre 94-98%), controle de glicemia, temperatura e pressão arterial.
    • Administração de medicamentos para suporte cardiovascular e prevenção de novas arritmias.
  • Hipotermia Terapêutica:
    • Indicações para hipotermia terapêutica em pacientes comatosos após RCE.
    • Técnicas para iniciar o resfriamento em ambiente pré-hospitalar, incluindo dispositivos de resfriamento ou bolsas de gelo, quando aplicável.
  • Comunicação e Coordenação Durante o Atendimento:
  • Relato à Equipe de Emergência Avançada e ao Hospital:
    • Relato detalhado da PCR: Hora de início, intervenções realizadas, medicamentos administrados, resposta às manobras, e condição atual do paciente.
  • Coordenação com o Hospital de Destino:
    • Comunicação antecipada com o hospital de destino para preparação da equipe e dos recursos necessários para a continuidade do cuidado.

Benefícios Esperados com o Tópico:

Ao final deste tópico, os participantes deverão ser capazes de:

  • Reconhecer rapidamente uma parada cardiorrespiratória e iniciar de forma eficaz o protocolo de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC).
  • Realizar compressões torácicas de alta qualidade e ventilação adequada, seguindo as diretrizes de RCP avançada.
  • Utilizar corretamente o desfibrilador manual ou automático, interpretando os ritmos cardíacos e aplicando choque quando indicado.
  • Administrar medicamentos apropriados para o manejo de PCR, seguindo os protocolos atualizados de segurança e eficácia.
  • Aplicar técnicas avançadas de monitoramento, como capnografia e ECG, para otimizar o atendimento durante a RCP.
  • Implementar cuidados pós-ressuscitação adequados, incluindo hipotermia terapêutica e estabilização hemodinâmica.
  • Coordenar eficazmente com a equipe de suporte avançado e o hospital de destino para garantir a continuidade e a qualidade do cuidado ao paciente.

Este tópico é essencial para capacitar os profissionais a lidar com situações de parada cardiorrespiratória de forma rápida e eficaz, aumentando significativamente as chances de sobrevivência dos pacientes até a chegada ao hospital.

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